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Petista e pré-candidatos tucanos se criticam em discursos eleitoreiros
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
MARCELO SALINAS
ENVIADO ESPECIAL A RIO VERDE (GO)
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e o pré-candidato do PSDB
ao Planalto, Geraldo Alckmin,
trocaram críticas em eventos distintos ontem, sem mencionar nomes, e deram tom eleitoral ao discurso. Em Campinas (SP), Lula
fez comentários sobre o crescimento econômico de São Paulo
na administração Alckmin.
O presidente disse que São Paulo e outros Estados se beneficiaram do crescimento econômico
do país em seu governo. Sem citar
Alckmin, também falou de outro
tema caro ao ex-governador de
São Paulo: a Febem (Fundação do
Bem-Estar do Menor).
"Virou moda agora dizer que
São Paulo cresce mais do que o
Brasil. Ou que o Rio de Janeiro
cresce mais do que o Brasil [...].
Parece coincidência, mas estes Estados só passaram a crescer mais
do que o Brasil quando o Brasil
começou a crescer no nosso governo", disse Lula, em discurso
improvisado, no lançamento do
edital de licitação para empresas
interessadas em integrar o aeroporto industrial, no Aeroporto
Internacional de Viracopos.
Alckmin, em palestra para empresários do setor agrícola em Rio
Verde (220 km de Goiânia), abandonou o tom moderado das críticas e confrontou a política econômica do presidente dizendo que o
Brasil é hoje um país de "rentistas" que, com a alta dos juros,
"vêm sugar nosso dinheiro". Sem
citar o petista, o tucano criticou a
condução da política monetária
pelo Banco Central, que, diz ele,
"está no piloto automático".
"Precisamos melhorar a qualidade do gasto público para desonerar o setor produtivo. (...) O
Brasil está vocacionado para o desenvolvimento. Precisamos voltar
a ser terra de oportunidades, e
não terra de rentista", discursou o
tucano. Alckmin não mencionou
o nome de Lula ou de outro membro do governo, assim como
questões éticas, como fazia. O ex-governador será investigado pelo
Ministério Público de São Paulo
por suposta improbidade administrativa, no caso da suspeita de
uso político de verba publicitária
pela Nossa Caixa.
Em Ribeirão Preto, José Serra,
pré-candidato tucano ao governo
de São Paulo, também criticou o
governo federal. "Não foi apenas
na economia, que está estagnada,
mas também na política voltou-se
para trás, recolhendo e revigorando tudo aquilo que a política brasileira tinha de pior." Diferentemente de Alckmin, o ex-prefeito
atacou diretamente Lula: "O desemprego em São Paulo é seriíssimo. O governo Lula até hoje não
apresentou os 10 milhões de empregos prometidos. Lula deveria
ter uma correspondência entre o
que ele fala e aquilo que ele faz".
Em Campinas, Lula pediu ao senador Aloizio Mercadante (PT-SP) -pré-candidato do PT ao governo do Estado- "estudo" que
mostre quantos desempregados
surgiram em São Paulo. Questionou a razão pela qual o Estado
não cresceu antes de seu governo.
O presidente fez críticas à segurança pública paulista. "Haverá
um dia neste país em que nós teremos menos Febens e mais indústrias. Menos Febens e mais escolas", disse Lula. Na avaliação de
petistas presentes no evento, a Febem é o ponto fraco de Alckmin
na campanha.
Ao abordar a questão da segurança pública, Alckmin procurou
dividir a responsabilidade do Estado com a atual política econômica que, segundo ele, restringe a
oferta de emprego aos jovens.
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