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Ofícios avisaram sobre ameaça a sem-terra
Documentos revelam que órgãos de segurança foram alertados um mês antes da morte de líder do MST
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Documentos obtidos pela
Folha revelam que, um mês
antes do assassinato do líder
sem-terra Eli Dallemole, a Secretaria da Segurança Pública
do Paraná, o comando da Polícia Militar e a delegacia de Ortigueira (PR) foram formalmente alertados pela Ouvidoria
Agrária Nacional sobre ameaças contra o dirigente do MST.
Integrante da coordenação
estadual do MST (Movimento
dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra), Dallemole foi assassinado a tiros por dois homens
encapuzados na noite de 30 de
março, na casa dele.
Em ofícios "urgentes" encaminhados em 25 de fevereiro, a
ouvidoria citou o sem-terra assassinado. O documento foi endereçado ao secretário Luiz
Fernando Delazari, ao comandante-geral da PM, coronel Nemésio de França Filho, e à delegacia de Ortigueira.
No documento, a ouvidoria
solicitou às autoridades que tomassem "as medidas necessárias para garantir a segurança
pública na área da fazenda Copramil [invadida pelo MST]
bem como a incolumidade física das famílias de trabalhadores rurais sem-terra".
A ouvidoria relata que, segundo denúncia, "empregados
fortemente armados (...) afirmaram que vão matar os trabalhadores conhecidos por Eli
Dallemole, Vanderléia de Oliveira e Sebastião Machado".
Procurada pela reportagem
por meio de sua assessoria, a
Secretaria da Segurança Pública não se manifestou. A PM,
por meio de sua assessoria, informou que o ofício foi repassado ao comando policial da região de Ortigueira para que "fizessem rondas preventivas".
"Tínhamos uma operação [para cumprir mandados de prisão
preventiva] planejada para segunda-feira [dia 31] e ele foi
morto no domingo [dia 30]",
disse Clóvis Papa, delegado de
Ortigueira.
(EDUARDO SCOLESE)
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