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Grupo contrário à ação da PF em Roraima produz bombas
Opositores à retirada de não-índios de reserva prometem usar coquetéis molotov
PF afirma que acompanha a movimentação dentro da Raposa/Serra do Sol para garantir que a operação seja realizada de forma pacífica
ANDREZZA TRAJANO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA,
EM PACARAIMA
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BOA VISTA
Enquanto a Polícia Federal
se prepara para iniciar a Operação Upatakon 3, para retirar a
população não-índia da Raposa/Serra do Sol (RR), grupos
contrários à retirada (fazendeiros e parte dos índios) exibem
os artefatos explosivos com os
quais prometem resistir à ação.
Após quatro horas de viagem
em carro tracionado e, em alguns trechos, seguindo o caminho a pé para driblar dois bloqueios feitos por manifestantes na estrada que liga Boa Vista à
terra indígena, a reportagem
visitou no sábado a casa na vila
do Surumu, em Pacaraima
(dentro da área da reserva), onde esses itens estão guardados.
O grupo mostrou à reportagem as armas que havia preparado: coquetéis molotov e bombas em formato de bananas, com dez centímetros.
O grupo dizia ter aprendido a
fazer artefatos com um suposto
ex-militar do Exército da Venezuela, que estava presente no
local e não quis se identificar.
A PF, que já iniciou o desembarque em Boa Vista dos agentes que vão participar da operação, guarda em sua superintendência na capital de Roraima
escudos e armas de choque,
sprays de pimenta, munição de
borracha, granadas, fuzis e outros armamentos letais e não-letais. A instituição também recebeu veículos blindados.
Ontem a PF disse que está
acompanhando a movimentação dentro da Raposa/Serra do
Sol para garantir que a Operação Upatakon 3 seja realizada
de forma pacífica. A retirada
dos não-índios ainda não tem
data anunciada. Sobre a presença do suposto ex-militar venezuelano, a PF disse que não
tem informação oficial.
Segundo a PF, 300 de seus
homens participarão da operação. Outros 200 integrantes
pertencem à Força Nacional de
Segurança e a outros órgãos.
Além dos explosivos, o grupo
contrário à retirada dos não-índios diz que pretende resistir
usando arcos, flechas e cassetetes feitos por índios das aldeias
do Vizeu, Contão, Flechal e Taxi, que ficam dentro da terra indígena Raposa/Serra do Sol.
Até sábado, 420 índios dessas
aldeias haviam chegado à vila
do Surumu para se juntarem a
cerca de 400 manifestantes.
Os acessos à vila do Surumu
estão bloqueados pelas vias terrestre e fluvial. Os arrozeiros e
habitantes não-índios serão retirados da área por decisão do
governo federal. Em 2005, o
presidente Lula assinou decreto que homologou de forma
contínua a terra indígena de 1,7
milhão de hectares.
A repórter ANDREZZA TRAJANO viajou à terra
indígena Raposa/Serra do Sol no carro do deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR)
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