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Partidos da oposição pediram ontem ao presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), César Asfor Rocha, a criação de uma corregedoria que fiscalize os trabalhos da Polícia Federal.
O pedido foi feito após o vazamento de informações da Operação Castelo de Areia, deflagrada pela PF no último dia 25, que investiga o suposto repasse de doações ilegais da construtora Camargo Corrêa a políticos e partidos, principalmente da oposição. A proposta do DEM, PSDB e PPS é criar, no âmbito da Justiça Federal, uma vara especial para investigar a conduta da PF.
O presidente nacional do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), disse ver com preocupação a "escalada permanente de vazamento de informações das ações da polícia". "Sabemos onde ir reclamar contra as atitudes do Ministério Público e da Justiça, mas não sabemos quem procurar quando as reclamações são contra a PF", disse.
A mesma ideia já foi defendida diversas vezes pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes. Segundo o presidente do DEM, Asfor Rocha prometeu estudar a proposta.

"Dor da democracia"
Para o ministro Tarso Genro (Justiça), as cobranças dos partidos investigados na operação "são as dores do parto da democracia".
"A PF cumpre mandados judiciais, faz investigações orientadas e em conjunto com o Ministério Público. Sempre que aparece o resultado dessas investigações tem estremecimentos. São as dores do parto da democracia." Ele negou que a PF tenha orientado a investigação.
Na próxima semana, Tarso será ouvido pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado para explicar os procedimentos da Polícia Federal. O ministro disse que não vai ao Congresso se defender. "Vamos mostrar como foi a operação. Porque essa queixa já houve em outras oportunidades por exemplo do PT, que só aparecia o PT nos inquéritos", afirmou.
O diretor-geral da corporação, Luiz Fernando Corrêa, também foi convidado a prestar esclarecimentos.


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