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Financiamento público só com reforma, diz Mendes
Presidente do STF afirma que, sem mudar sistema político, só haveria aumento de gastos
TSE decide fazer "auditoria especial" para investigar os maiores doadores da eleição do ano passado, entre eles
o grupo Camargo Corrêa
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE, NO RIO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro
Gilmar Mendes, afirmou ontem que o financiamento público de campanhas eleitorais só
será viável após uma reforma
no sistema político do país. Segundo Mendes, como é hoje,
não é possível evitar que os partidos recebam recursos privados não declarados.
"Teríamos mais gastos e não
se conseguiria evitar recursos
privados não declarados nas
campanhas num país continental", afirmou, em evento no Rio.
De acordo com o presidente
do STF, o sistema eleitoral
atual já é, em partes, financiado
com recursos públicos -por
meio da propaganda eleitoral
gratuita no rádio e na TV e do
Fundo Partidário, abastecido
com dinheiro da União.
"Esse modelo absoluto [de financiamento público] dependeria de uma mudança no sistema político eleitoral, e nós não
sabemos bem qual será esse
modelo. Eu disse até que nós
estamos seguindo aquele dito:
sabemos o que não queremos,
mas não sabemos exatamente o
que queremos", disse.
"Auditoria especial"
O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Carlos Ayres Britto, decidiu
abrir uma "auditoria especial"
para investigar os maiores doadores das eleições municipais
do ano passado, entre eles o
grupo Camargo Corrêa. A força-tarefa, como está sendo chamada por Britto, deverá contar
com o apoio de técnicos da Receita Federal e do TCU (Tribunal de Contas da União).
A empreiteira, alvo de operação da Polícia Federal, diz ter
doado R$ 23,9 milhões a partidos e políticos no ano passado.
"As doações realizadas pelo
grupo foram feitas dentro da lei
e devidamente declaradas ao
TSE", afirmou ontem, em nota.
Até o momento, só é possível
conhecer os repasses feitos para candidatos e comitês financeiros. Os partidos têm até o dia
30 para prestar conta do valor
recebido no ano passado.
A intenção do TSE é se antecipar à prestação de conta partidária para um futuro cruzamento entre os dados. Técnicos
do TSE avaliam ser possível investigar cerca de 20 entidades.
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