São Paulo, terça-feira, 07 de maio de 2002

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"Procuro ficar limpo", afirma Ciro

DE NOVA YORK

Sem citar diretamente o nome do pré-candidato do PSDB, José Serra, Ciro Gomes aproveitou palestra que fazia em Nova York ontem para atacar o ex-ministro e o governo FHC. "Procuro me preservar limpo de toda essa molecagem e bandalheira", disse o pré-candidato do PPS à Presidência.
No final da conversa, Ciro criticou também "o fato de o candidato do governo fazer um jantar com empresários em São Paulo e arrecadar R$ 2 milhões", segundo notícia publicada neste fim-de-semana na imprensa brasileira.
Disse ainda que as denúncias de cobrança de propina envolvendo Ricardo Sérgio Oliveira, ex-diretor do Banco do Brasil, deveriam ser "apuradas com rigor". Para ele, deve-se presumir a inocência dos suspeitos, "mas é preciso investigar".
O ex-governador do Ceará estava na cidade falando para 40 estudantes e professores na Universidade Columbia e partiu no fim do dia de volta ao Brasil. Na palestra, defendeu uma reforma no sistema de financiamento de campanhas eleitorais como forma de acabar com a corrupção na arrecadação de fundos.
Segundo o modelo que defende, uma fração da receita do Tesouro Nacional seria destinada para o financiamento das campanhas. "Se tivéssemos eliminado a matriz de todos esses problemas, esses escândalos que vieram à tona no fim de semana não teriam acontecido", afirmou ele.
Ciro Gomes evitou, no entanto, comentar as acusações publicadas segundo as quais o empresário cearense Carlos Jereissati teria doado R$ 700 mil para a campanha ao senado de José Serra em 1994, dos quais apenas R$ 95 mil teriam sido declarados.
"Não respondo a você", disse ao repórter que fez a pergunta. Depois, justificando sua reação à platéia, afirmou: "Estou aqui falando apenas para estudantes e acadêmicos". Carlos Jereissati é irmão do governador do Ceará, Tasso, padrinho político de Ciro.
O candidato do PPS também se recusou a comentar declaração feita durante a palestra que atacava diretamente a política econômica de FHC.
Segundo o que disse, se eleito, Ciro pretende se concentrar numa meta de crescimento, em vez de numa meta de inflação, como faz o governo atual.
Seu argumento é de que o Brasil "precisa crescer pelo menos a uma taxa de 5% ao ano".

Apoio "aos pedaços"
O ex-governador do Ceará descartou ainda uma eventual aliança com o PFL nas eleições de outubro. "Eles foram o parceiro central deste modelo que eu antagonizo", falou. Disse ainda não acreditar que o partido vá apoiar alguma candidato: "Aos pedaços, talvez sim".
(SÉRGIO DÁVILA)



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