|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
"Procuro ficar limpo", afirma Ciro
DE NOVA YORK
Sem citar diretamente o nome
do pré-candidato do PSDB, José
Serra, Ciro Gomes aproveitou palestra que fazia em Nova York ontem para atacar o ex-ministro e o
governo FHC. "Procuro me preservar limpo de toda essa molecagem e bandalheira", disse o pré-candidato do PPS à Presidência.
No final da conversa, Ciro criticou também "o fato de o candidato do governo fazer um jantar
com empresários em São Paulo e
arrecadar R$ 2 milhões", segundo
notícia publicada neste fim-de-semana na imprensa brasileira.
Disse ainda que as denúncias de
cobrança de propina envolvendo
Ricardo Sérgio Oliveira, ex-diretor do Banco do Brasil, deveriam
ser "apuradas com rigor". Para
ele, deve-se presumir a inocência
dos suspeitos, "mas é preciso investigar".
O ex-governador do Ceará estava na cidade falando para 40 estudantes e professores na Universidade Columbia e partiu no fim do
dia de volta ao Brasil. Na palestra,
defendeu uma reforma no sistema de financiamento de campanhas eleitorais como forma de
acabar com a corrupção na arrecadação de fundos.
Segundo o modelo que defende,
uma fração da receita do Tesouro
Nacional seria destinada para o financiamento das campanhas. "Se
tivéssemos eliminado a matriz de
todos esses problemas, esses escândalos que vieram à tona no
fim de semana não teriam acontecido", afirmou ele.
Ciro Gomes evitou, no entanto,
comentar as acusações publicadas segundo as quais o empresário cearense Carlos Jereissati teria
doado R$ 700 mil para a campanha ao senado de José Serra em
1994, dos quais apenas R$ 95 mil
teriam sido declarados.
"Não respondo a você", disse ao
repórter que fez a pergunta. Depois, justificando sua reação à platéia, afirmou: "Estou aqui falando
apenas para estudantes e acadêmicos". Carlos Jereissati é irmão
do governador do Ceará, Tasso,
padrinho político de Ciro.
O candidato do PPS também se
recusou a comentar declaração
feita durante a palestra que atacava diretamente a política econômica de FHC.
Segundo o que disse, se eleito,
Ciro pretende se concentrar numa meta de crescimento, em vez
de numa meta de inflação, como
faz o governo atual.
Seu argumento é de que o Brasil
"precisa crescer pelo menos a
uma taxa de 5% ao ano".
Apoio "aos pedaços"
O ex-governador do Ceará descartou ainda uma eventual aliança com o PFL nas eleições de outubro. "Eles foram o parceiro central deste modelo que eu antagonizo", falou. Disse ainda não acreditar que o partido vá apoiar alguma candidato: "Aos pedaços, talvez sim".
(SÉRGIO DÁVILA)
Texto Anterior: Corregedora abre processo administrativo Próximo Texto: Britto oficializa sua candidatura no RS Índice
|