São Paulo, domingo, 07 de maio de 2006

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MÍDIA

Fechado ao público, evento deve reunir participantes de 14 países, que vão debater a atuação e a credibilidade dos jornais

Conferência anual de ombudsmans começa hoje em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Será aberta hoje, em São Paulo, a 26ª Conferência Anual da ONO (Organização de Ombudsmans de Notícias, na sigla em inglês). O evento é organizado pela Folha e por seu ombudsman, Marcelo Beraba, e deverá contar com 42 participantes de 14 países, entre ombudsmans e palestrantes.
Trata-se da primeira vez que a ONO promove sua conferência anual fora de uma cidade européia ou norte-americana. O encontro se dará nas dependências da Fecomércio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), mas, a exemplo de encontros anteriores, será fechado ao público.
Nos dias 10 e 11, o jornal promove ainda o Fórum Folha de Jornalismo, também no auditório da sede da Fecomércio, aberto a interessados que tenham se inscrito previamente.
As últimas conferências da ONO, hoje presidida pelo britânico Ian Mayes, ombudsman do jornal "The Guardian", foram realizadas em Londres, Saint Petesburg (cidade americana do Estado da Flórida), Istambul, Salt Lake City, Paris e Montreal.
Para o ombudsman da Folha, "o encontro anual é um momento de reflexão maior sobre a qualidade do trabalho jornalístico e para a troca de experiências".
Na conferência, que começa hoje, às 19h, os ombudsmans farão um balanço sobre a imprensa na América Latina e discutirão questionamentos recentes à atuação da imprensa e ameaças à credibilidade dos jornais.

Origem
A Folha foi o primeiro jornal brasileiro a contratar um ombudsman, o que aconteceu em 1989. A palavra ombudsman é de origem sueca. No início do século 19, mais precisamente em 1807, passou a designar um funcionário nomeado para receber as queixas dos cidadãos contra o governo e os serviços públicos da Suécia.
O atual modelo de funcionamento do ombudsman na mídia surgiu em 1967, nos Estados Unidos, num jornal de Louisville, Estado de Kentucky. Por esse modelo, também adotado pela Folha, o ombudsman tem total independência para criticar o jornal, a emissora ou o site que o contratou. Ele não pode sofrer nenhum constrangimento da empresa para levar a bom termo sua tarefa.
Antes da experiência americana de 1967, no entanto, já se registravam outros mecanismos para a coleta de queixas de leitores que se sentiam atingidos por informações publicadas.
Foi o caso, por exemplo, do jornal japonês "Asahi Shimbun", de Tóquio, que criou, em 1922, uma comissão para canalizar queixas de leitores, apurar se elas eram procedentes e corrigir notícias.
Alguns anos antes, na Suécia, começou a funcionar o Conselho Sueco de Imprensa. Isso aconteceu em 1916. A instituição contava com um ombudsman encarregado de receber protestos relativos a informações publicadas pela mídia impressa daquele país.


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