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Clima de tensão prevalece na Vila do Surumu
DO ENVIADO À VILA DO SURUMU
A Vila do Surumu, em Pacaraima (RR), parece um palco de guerra. Policiais federais e homens da Força Nacional de Segurança montaram uma barreira na estrada
de terra de 36 km que dá
acesso ao distrito. Bolsas e
carros passam por revistas.
Preso ontem, o produtor
de arroz e prefeito de Pacaraima, Paulo Cesar Quartiero (DEM), buscou um atalho
para chegar ao escritório da
prefeitura na vila, horas antes de sua prisão.
No fim da tarde, a PF e a
Força Nacional foram à fazenda de Quartiero. A imprensa foi impedida de
acompanhar a operação por
dois carros da Funai. "Vão
plantar algo contra mim. Vocês estão de prova. Fizemos
um pente fino na fazenda,
não tem nada lá", afirmou,
antes de ser preso.
Do lado dos índios, no
acampamento montado
dentro da fazenda de Quartiero, as índias macuxis Janete Luiz Pedro, 47, e Isabel
de Souza, 70, choravam.
O marido de Janete e o irmão de Isabel foram feridos
a tiros no confronto de anteontem. "Estão derramando sangue aqui nosso como
de cachorro de onça", diz Isabel, com tradução da professora Ernestina Afonso de
Souza, 32. Ela diz que as alunas foram suspensas nas escolas das aldeias.
Na cidade, na sede do CIR
(Conselho Indígena de Roraima), estão cinco dos noves
feridos. Outros estão na casa
de assistência ao índio.
Os cinco índios do CIR,
com marcas de tiros no corpo, relataram à Folha que
dois homens em motos pretas fizeram os disparos. Um
índio conseguiu filmar o ataque e entregou a fita à PF.
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