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Discussão tenta mudar agenda de escândalos que tomou Congresso
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O debate sobre a reforma política no plenário da Câmara
tem dois objetivos mais visíveis
e um terceiro mais oculto.
A razão mais evidente para o
tema voltar ao plenário é tirar o
foco dos escândalos que dominam o Legislativo. O presidente
da Câmara, Michel Temer
(PMDB-SP), tomou posse em
fevereiro e gastou quase todo o
seu tempo respondendo sobre
casos de desvios de passagens
aéreas, contratação de empregadas domésticas em gabinetes
ou pagamento de horas extras
para funcionários nas férias.
A segunda razão é o interesse
pela criação de uma brecha legal para a troca de legenda. Hoje o entendimento da Justiça é
que nenhum detentor de mandato pode trocar de sigla, sob
pena de perda de mandato.
O termo usado ontem foi "setembro negro" -uma alusão a
setembro próximo, quando faltará um ano para a eleição. Nesse mês seria criada a "janela da
infidelidade" para que políticos
trocassem de partido. "A janela
é a proposta que mais tem
chance de passar aqui", afirma
Ciro Gomes (PSB-CE).
A razão oculta de a reforma
política voltar à pauta é a incerteza sobre a pré-candidatura de
Dilma Rousseff a presidente.
Ela está se tratando de um câncer linfático. A Folha ouviu de
muitos deputados que a tese de
um terceiro mandato para Lula
voltou a ser aventada: o debate
sobre a reforma serve para
manter a base alerta para a necessidade de ressuscitar alguma proposta de emenda.
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