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Em jornal, PT vê risco de novo golpe militar
Publicação diz que "ovo" dos golpistas "está intacto" e que povo deve escolher entre "Dilma e a barbárie"
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sob patrocínio da direção nacional do PT, começou a circular ontem um jornal que afirma
que o "ovo da serpente" do golpe de 1964 "está intacto" e hoje
se manifesta em um "conluio
das elites" abrigado na mídia,
no Legislativo e no Judiciário.
O "Movimentos" é de responsabilidade das secretarias
nacionais do PT que atuam nos
movimentos sociais, e está em
sua segunda edição.
"Os movimentos sociais organizados precisam se manter
atentos, pois o "ovo da serpente"
está intacto e as mesmas elaborações teóricas, sentimentos de
superioridade e defesa de privilégios que animaram os golpistas de 1º de abril de 1964 ainda
estão presentes nos corações e
mentes da elite", diz o jornal.
Na atual edição, o editorial é
assinado pelo presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, para quem é uma das tarefas do jornal "servir como instrumento de formação e informação da militância, não só para o enfrentamento de disputas
eleitorais, mas sobretudo das
batalhas que se dão cotidianamente na sociedade brasileira".
O texto principal do jornal,
de 12 páginas, fala que "os articuladores e reais mentores da
ditadura" estão "encastelados
em entidades patronais, nos
meio de comunicação que a ditadura lhes legou, nos espaços
conquistados, graças ao seu
servilismo, no Poder Judiciário, no Legislativo e na burocracia dos Executivos".
Quase toda a edição estabelece uma relação entre a repressão política praticada pela ditadura militar (1964-1985) e os
conflitos da polícia com professores em greve, em São Paulo,
Estado governado até os três
primeiros meses do ano pelo
tucano José Serra.
Na legenda de uma das fotos
dos conflitos deste ano, o texto
diz: "Até parece que a ditadura
não acabou em 1988. A polícia
na rua quer o fígado dos estudantes em manifestação".
No artigo que assina, o secretário Nacional de Movimentos
Populares e Políticas Setoriais
do PT, Renato Simões, afirma
que a "mídia privada e o Poder
Judiciário" são "os dois maiores sujeitos políticos da oposição, deixando secundarizados
os partidos políticos na tarefa
de confrontar a base social e
política do governo federal".
Já a página 7 do "Movimentos" trata das eleições de outubro e estampa a manchete "É
Dilma ou a barbárie". No texto,
o jornal afirma que o Brasil viveu "oito anos de regime neoliberal" e que o capitalismo, "em
especial a sua versão mais radical, o neoliberalismo, tem representado a barbárie social".
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