Apesar de crise econômica mundial, valor repassado por órgãos e estatais para projetos em 2009 é quase o mesmo de 2008

O pico de gastos de Lula com patrocínios federais ocorreu em 2006, quando petista disputou segundo mandato e foi repassado R$ 1,085 bi

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal investiu R$ 909,6 milhões em 2009 em patrocínios, segundo dados divulgados ontem pela Presidência. O valor é quase idêntico ao registrado em 2008, quando o gasto foi de R$ 918,4 milhões. As duas cifras estão atualizadas monetariamente pelo IPCA.
O gasto inclui todos os órgãos da administração direta (os Ministérios, por exemplo) e as empresas estatais (como Petrobras e Eletrobras).
O governo não divulga em detalhes quais são esses patrocínios. Podem ser peças de teatro, filme, equipes de vôlei e até pequenas festas folclóricas.
A manutenção do mesmo nível de gasto surpreendeu a alguns no Planalto quando os números foram contabilizados. Esperava-se uma eventual queda por causa da crise econômica mundial que teve também efeitos no Brasil.
Não há dados na iniciativa privada, mas é consenso no mercado que várias empresas reduziram seus gastos com patrocínio, fenômeno não que ocorreu no setor estatal.
Um indicador interessante é o de número de projetos patrocinados pelo governo. Em 2009, foram 5.022. Já em 2008 a quantidade havia sido maior, 7.876. Ou seja, no ano passado os patrocínios do governo tiveram um valor médio maior.
A maioria dos projetos se refere a patrocínios esportivos e culturais, responsáveis por mais de dois terços do valor.
A contabilização do valor gasto em patrocínios federais só existe a partir de 2003, primeiro ano do governo Lula. Não existem números sobre a gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).
O pico de gastos de Lula com patrocínio foi em 2006, quando disputou e ganhou seu segundo mandato: R$ 1,085 bilhão.
Quando somados os valores de patrocínios (R$ 909,6 milhões) e os de publicidade estatal federal (R$ 1,179 bilhão), a administração Lula consumiu em 2009 um total de R$ 2,086 bilhões em ações que podem ser classificadas, de alguma forma, como marketing.
Esse valor não inclui publicidade legal (publicação de balanços) e o custo de produção das peças publicitárias. Estima-se que esses dois itens consumam perto de R$ 200 milhões por ano. Dessa forma, o gasto total em propaganda chegaria a quase R$ 2,3 bilhões.


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