|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PT defende que Congresso debata
autorregulamentação da mídia
Para presidente da ANJ, discussão deve ser feita apenas no âmbito do próprio setor
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os líderes do governo e do PT
na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Fernando Ferro
(PE), respectivamente, defenderam a participação do Congresso na criação de órgão de
autorregulamentação da mídia.
Para ambos, um projeto de
lei para definir os limites e os
moldes do órgão teria que ser
debatido e aprovado pelos deputados e senadores.
Em conferência na Câmara,
na última terça, entidades que
representam os grupos de comunicação informaram que estudam a possibilidade de adotar a autorregulamentação,
com o estabelecimento de um
código de conduta da profissão.
Vaccarezza e Ferro não deram detalhes de como seria a
participação do Congresso.
Órgão nos mesmos moldes
do que poderia vir a ser a entidade de autorregulamentação,
o Conar (conselho de autorregulamentação publicitária) foi
criado no final dos anos 70, sem
participação do Legislativo.
Em 2004, o governo tentou
criar, com apoio do PT e da Federação Nacional dos Jornalistas, um conselho federal para,
entre outros pontos, "orientar,
disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de jornalista".
Vaccarrezza e Ferro ressaltaram que a opinião é pessoal e
não foi levada ao governo -a
discussão levaria de dois a três
anos na Câmara e no Senado.
Segundo eles, a exclusão do
Congresso do debate prejudicaria a representatividade. "Os
limites do órgão são [definidos]
aqui, o funcionamento do órgão não é", afirmou Vaccarezza.
Para o líder do governo, a necessidade da autorregulamentação se faz ainda mais necessária em período eleitoral, "para
impedir a partidarização e coberturas dirigidas".
A presidente da ANJ, Judith
Brito, afirmou que a discussão
não deve passar por nenhuma
instância legislativa e deve ser
feita somente no âmbito do setor de mídia. "Não se justifica
nenhum tipo de tentativa de
transformação desse nosso debate em lei. É o próprio setor
que deve discutir o assunto e
estabelecer seu código de ética,
suas normas e a forma de operacionalizar tudo isso", disse.
Texto Anterior: Chinês chefia quadrilha, afirma polícia Próximo Texto: Evento discute limitações em ano eleitoral Índice
|