São Paulo, sexta-feira, 07 de maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PT defende que Congresso debata autorregulamentação da mídia

Para presidente da ANJ, discussão deve ser feita apenas no âmbito do próprio setor

MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os líderes do governo e do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP) e Fernando Ferro (PE), respectivamente, defenderam a participação do Congresso na criação de órgão de autorregulamentação da mídia.
Para ambos, um projeto de lei para definir os limites e os moldes do órgão teria que ser debatido e aprovado pelos deputados e senadores.
Em conferência na Câmara, na última terça, entidades que representam os grupos de comunicação informaram que estudam a possibilidade de adotar a autorregulamentação, com o estabelecimento de um código de conduta da profissão.
Vaccarezza e Ferro não deram detalhes de como seria a participação do Congresso.
Órgão nos mesmos moldes do que poderia vir a ser a entidade de autorregulamentação, o Conar (conselho de autorregulamentação publicitária) foi criado no final dos anos 70, sem participação do Legislativo.
Em 2004, o governo tentou criar, com apoio do PT e da Federação Nacional dos Jornalistas, um conselho federal para, entre outros pontos, "orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de jornalista".
Vaccarrezza e Ferro ressaltaram que a opinião é pessoal e não foi levada ao governo -a discussão levaria de dois a três anos na Câmara e no Senado.
Segundo eles, a exclusão do Congresso do debate prejudicaria a representatividade. "Os limites do órgão são [definidos] aqui, o funcionamento do órgão não é", afirmou Vaccarezza.
Para o líder do governo, a necessidade da autorregulamentação se faz ainda mais necessária em período eleitoral, "para impedir a partidarização e coberturas dirigidas".
A presidente da ANJ, Judith Brito, afirmou que a discussão não deve passar por nenhuma instância legislativa e deve ser feita somente no âmbito do setor de mídia. "Não se justifica nenhum tipo de tentativa de transformação desse nosso debate em lei. É o próprio setor que deve discutir o assunto e estabelecer seu código de ética, suas normas e a forma de operacionalizar tudo isso", disse.


Texto Anterior: Chinês chefia quadrilha, afirma polícia
Próximo Texto: Evento discute limitações em ano eleitoral
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.