|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
RUMO ÀS ELEIÇÕES
Cúpula tucana interveio no diretório "rebelde" do Acre e ameaça fazer o mesmo em Santa Catarina
PSDB e PMDB fazem "arrastão" para assegurar aliança
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de assegurar que já dispõem da maioria necessária para
a homologação da aliança eleitoral entre as duas siglas, a cúpula
do PSDB, do PMDB e o Planalto
desencadearam nas últimas horas
uma "operação arrastão" para
evitar qualquer risco de derrota
na convenção peemedebista marcada para o próximo dia 15.
Cobrado a fazer sua parte pelo
PMDB, o PSDB passou a jogar duro com os diretórios regionais tucanos renitentes ao entendimento
com os peemedebistas.
Ontem, o presidente da sigla,
deputado José Aníbal (SP), interveio no diretório do partido no
Acre, cuja maioria preferia se
manter aliada localmente ao governo do PT.
O PSDB deve intervir também
na seção de Santa Catarina, caso
até segunda-feira da próxima semana os tucanos do Estado não se
acertem com o candidato do
PMDB ao governo estadual, Luiz
Henrique.
A perspectiva é a de uma coligação no Estado, o que garantiria todos os 39 votos dos delegados
peemedebistas à chapa de José
Serra e Rita Camata.
A ofensiva do PSDB tem o aval
do presidente Fernando Henrique Cardoso e do pré-candidato
tucano à Presidência da República, José Serra.
PSDB e PMDB já descartaram a
hipótese de contar com os votos
de todos os delegados peemedebistas de São Paulo, mas contam
com o apoio de Orestes Quércia a
Serra depois que a coligação for
aprovada.
Quércia
Em conversa com Michel Temer, presidente do PMDB, Quércia disse que seus delegados (ele
controla 49% dos votos dos convencionais de São Paulo) votarão
contra a aliança.
Mas prometeu apoiar Serra no
caso de a coligação ser aprovada
na convenção.
O presidente Fernando Henrique Cardoso, que em oito anos de
governo aprendeu todos os caminhos e trilhas que levam aos diversos núcleos de decisão do
PMDB, também entrou em campo. Ele passou a Aníbal, por
exemplo, o nome de governadores que detêm influência decisiva
sobre votos peemedebistas de Estados diferentes.
No jogo duro imposto pelo
PSDB, Aníbal determinou que os
tucanos do Piauí não criem qualquer tipo de dificuldade que possa
levar os delegados do PMDB daquele Estado a votar contra a
aliança.
Na Paraíba, o senador Ney
Suassuna se deu por satisfeito
com o convite, "recusado", para
voltar ao ministério e prometeu o
voto de seus delegados à coligação
entre as duas siglas.
No Rio Grande do Sul, o PSDB
avançou na negociação para compor uma chapa com o deputado
Germano Rigotto (PMDB) para o
governo. Em Mato Grosso, o senador Carlos Bezerra desistiu de
compor com os tucanos na eleição estadual, mas liberou os votos
de seus delegados.
Ambiente favorável
Como as convenções estaduais
serão realizadas depois das nacionais (FHC confirmou ontem que
irá à do PSDB, também no dia 15),
PSDB e PMDB supõem que será
criado um ambiente mais favorável para a solução das situações
estaduais mais difíceis, como as
de São Paulo e Minas.
Em São Paulo, Aníbal assegura
que não será obstáculo a um entendimento.
Ou seja, ele poderia abrir mão
de disputar uma vaga no Senado
para acomodar na chapa um nome do PMDB. Mas setores tucanos não aceitam que esse nome
seja Quércia.
Aníbal pode ser o candidato a
vice na chapa à reeleição de Geraldo Alckmin para o governo do Estado. O PSDB não abre mão do
cargo, reivindicado pelo PFL:
quer estar no comando do maior
Estado do país, se Alckmin ganhar, quando ele deixar o governo para disputar a eleição de 2006,
provavelmente para o Senado.
Em Minas, só há duas certezas,
segundo o PSDB: a sigla não se coligará com o vice-governador
Newton Cardoso, provável candidato do PMDB, e terá candidato
ao governo para dar palanque para José Serra.
Texto Anterior: Musa da Chanchada: FHC entrega placa a Dercy Gonçalves Próximo Texto: Janio de Freitas: Jogo pesado Índice
|