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Psiquiatra evita
encontrar quem
será perfilado
DA REPORTAGEM LOCAL
De todos os líderes que
perfilou até hoje, Jerrold M.
Post só se encontrou com
um: Iasser Arafat. Achou a
aparência do líder palestino
"terrível", mas mudou de
idéia assim que ele se levantou e começou a falar. "Ele
então se revela um homem
poderoso, e você percebe de
onde vem seu carisma."
Foi uma exceção. "Prefiro
não conhecer pessoalmente
o líder de quem farei o perfil", disse ele à Folha. Por
quê? "Muitos deles têm um
charme irresistível, e este
charme pessoal pode atrapalhar o julgamento que farei
dele." Oportunidades não
faltaram, especialmente no
caso de Saddam Hussein.
O ex-ditador iraquiano encontra-se sob custódia do
governo norte-americano, e
não seria impossível ao doutor Post ter acesso a ele. Mas
o psiquiatra não pretende
mudar o método que vem
usando há algumas décadas.
Que começa como uma
boa reportagem, o projeto
de um livro ou uma tese acadêmica: com muita pesquisa. "Procuro ler tudo o que
de mais relevante, vindo das
fontes mais confiáveis ou
importantes, já foi escrito
sobre uma pessoa", diz ele.
"Basicamente, material público, que eu analiso sob a
perspectiva psicológica."
Só de biografias de Saddam Hussein, Post leu oito.
"Fui da mais parcial negativamente à mais parcial positivamente, e é impressionante como elas se parecem
entre si psicologicamente."
Depois, leu os discursos
que o ex-ditador proferiu
num intervalo de 12 anos. O
passo final é entrevistar o
maior número possível de
pessoas. "Aqui, procuro ser
o mais abrangente possível
em relação ao ponto de vista
dos ouvidos."
(SD)
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