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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Fora do script
O dia foi amargo para Renan Calheiros (PMDB-AL).
Não bastasse o advogado de Mônica Veloso contradizer o lobista-amigo Cláudio Gontijo, o Conselho de
Ética fugiu ao roteiro desejado pelo presidente do Senado. Ele dava como certa a escolha de Romeu Tuma
(DEM-SP) para relatar, em rito sumário, a representação do PSOL. O arquivamento seria quase imediato,
sem novos depoimentos nem cotejamento de provas.
Mas o líder do DEM, José Agripino (RN), emparedou Tuma, alegando que o arranjo exporia a imagem
da Casa além do aceitável. A escolha de Epitácio Cafeteira (PTB-MA) nada tem de perigosa, mas o fato de o processo ficar aberto por mais tempo, sujeito às intempéries do noticiário, inquieta a tropa de Renan.
Onde pega. Um senador
que analisou a documentação
encaminhada por Renan resume: há ali evidências de que
o presidente da Casa tinha
condições de arcar com a pensão para a mãe de sua filha,
mas não de que tenha efetivamente pago. Mesmo assim, o
Conselho de Ética está louco
para se dar por satisfeito.
Veja bem. O primeiro embate no conselho será sobre o
estágio da investigação. Para
os renanzistas, ainda não há
processo de cassação instalado. Já Demóstenes Torres
(DEM-GO) é taxativo: "No caso de representação de partido não há apuração preliminar. Agora, por exemplo, ele já
não poderia renunciar".
Tranqüilis. O ministro da
Justiça, Tarso Genro, passou
os últimos dois dias tentando
convencer a mídia e colegas
de governo de que a situação
na Polícia Federal não fugiu
de seu controle, a despeito das
evidências em contrário.
Sem trégua. De um aliado
do governo, sobre a ininterrupta seqüência de operações
policiais: "Enquanto não resolverem a sucessão na PF, vai
ser um tiro por semana".
Escravos de Jó. Na campanha de 1994 para o governo
de São Paulo, Dario Morelli
Filho, agora preso na Operação Xeque-Mate, foi o braço
direito do candidato José Dirceu. Mais tarde, com Dario
transferido para a órbita de
Lula, a sombra de Dirceu passou a ser Roberto Marques, o
Bob, que viria a ganhar fama
no escândalo do mensalão.
Companheiros. Condenado por homicídio no caso da
favela Naval, em Diadema,
Otávio Gambra, o Rambo, trabalhou na empresa de segurança do compadre de Lula,
que prestou serviços a órgãos
da prefeitura e ao PT local.
Faroeste. Um dos estopins
da Operação Xeque-Mate foi a
guerra entre os empresários
Jamil Name e Nilton Cézar
Servo pelo controle do jogo
em Mato Grosso do Sul. O primeiro, que não teve prisão pedida, mas depôs ontem, é chamado de "intocável" por suas
relações no Executivo e no
Judiciário no Estado.
Laço. Na Assembléia sul-matogrossense reina a apreensão. Presidente da Casa, Jerson Domingos (PMDB) é muito próximo de Name.
Azedou 1. A escolha dos vices do Banco do Brasil deixou
o PT em pé-de-guerra, já que
um indicação foi feita pelo
presidente do partido, Ricardo Berzoini, sem que outros
parlamentares ligados ao setor fossem ouvidos. Três das
vagas ficaram com o PMDB e
uma, na conta da Febraban.
Azedou 2. Geraldo Magela
(DF) acusou o golpe por ter ficado de fora. "É mais uma vitória do Campo Majoritário e
dos paulistas, o que mostra
que as crises não ensinaram
nada", afirmou o deputado, da
corrente Movimento PT.
Improviso. Questionado
ontem sobre a suspensão pela
Justiça da verba indenizatória dos parlamentares, o deputado Domingos Dutra (PT-MA) saiu-se com esta: "Não é
possível ir para o Estado de jegue nem enviar correspondências do gabinete por urubu ou pombo-correio".
Tiroteio
"Dario é uma espécie de híbrido do compadre
Roberto Teixeira com o segurança Freud Godoy".
Do líder do PSDB na Câmara, ANTONIO CARLOS PANNUNZIO, sobre o
compadre do presidente Lula e ex-segurança de campanhas petistas
Dario Morelli Filho, indiciado pela Polícia Federal na Operação Xeque-Mate sob acusação de corrupção ativa e formação de quadrilha.
Contraponto
Proteção ao consumidor
Deputados que integram a CPI do Apagão Aéreo aproveitaram o depoimento do presidente da Gol, Constantino
Júnior, para reclamar dos serviços prestados pela empresa. Vic Pires (DEM-PA) se insurgiu especialmente contra
a barra de cereal servida nos vôos.
-Vocês deveriam oferecer outras coisas. O cupuaçu, lá
do meu Estado, é muito bom!-, disse ele, que também
apontou falhas na compra de passagens pela internet.
-O namorado da minha filha virou a noite tentando
comprar o bilhete e não conseguiu. Só de vingança, comprei para ele uma passagem da TAM!
-Vingança contra o rapaz!-, atalhou o executivo.
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