São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002

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OUTRO LADO

Promotoria nega perseguição

DA REPORTAGEM LOCAL

"A velha tática de desqualificar os acusadores é muito antiga, mas já aviso que não vai funcionar com o Ministério Público", afirmou Ricardo Dias Leme, assessor especial da Procuradoria Geral de Justiça de São Paulo.
Encarregado de rebater as críticas dirigidas ao procurador-geral, Dias Leme disse que Luiz Antônio Marrey Filho não irá "bater boca" com o secretário de Governo, Mário Maurici de Lima Morais, que, segundo ele, se baseia no "fuxico" para tentar defender a prefeitura de Santo André das acusações de irregularidades.
Sobre a afirmação do secretário, que acusou Marrey de "faltar com a verdade" ao negar a existência de uma investigação contra a administração petista, Dias Leme disse que isso não é verdade.
"Eu presenciei a reunião com o presidente da Câmara Municipal e com o advogado Márcio Thomaz Bastos. E ele [Morais"? Ele não estava lá. Eu, que estive, posso garantir que Marrey não faltou com a verdade."
Segundo Dias Leme, o procurador-geral informou aos dois interlocutores que realmente havia uma investigação sobre atos de corrupção em Santo André, mas que não poderia fornecer detalhes da apuração, porque o procedimento estava sob sigilo.
"Eu presenciei essa conversa, ao contrário do secretário que fica no diz-que-diz-que e no fuxico", disse o assessor especial.
"O estranho é que, no lugar de apresentar documentos para defender a prefeitura, ele insiste na velha tática de querer desqualificar seus acusadores. O secretário já atacou os promotores de Santo André e agora tenta atacar o procurador-geral. É uma tática velha, que não vai funcionar."

Reação previsível
Para os promotores criminais que denunciaram à Justiça um esquema de cobrança de propina em Santo André, a reação da prefeitura era "previsível".
Eles informaram à reportagem que a investigação começou no final de janeiro, pouco depois do assassinato do prefeito Celso Daniel, quando foram procurados por Rosângela Gabrilli, empresária do setor de transporte público.
"Em depoimento, ela disse que sua empresa pagava uma caixinha para que pudesse atuar em Santo André. Isso é um crime. Fizemos, então, o nosso trabalho. Se não tivéssemos investigado, somente por se tratar de um ano eleitoral, estaríamos praticando um crime, seria prevaricação", afirmou o promotor José Reinaldo Carneiro.
O promotor disse que não aceita as insinuações de que a investigação tem conotação política.
"Já rebatemos exaustivamente que o Ministério Público age para punição e responsabilização de culpados, independentemente de sigla partidária. E vamos continuar nosso trabalho com a mesma seriedade de sempre." (LC)


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