São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002

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Tucano, que inaugura agenda no Piauí, deve percorrer 57 cidades em 16 Estados nos próximos 45 dias

Serra prioriza redutos de Ciro nas viagens

RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Nos próximos 45 dias, o tucano José Serra vai percorrer 57 cidades em 16 Estados das regiões mais pobres do país. A intenção é levar a mensagem eleitoral da Grande Aliança, a coligação PSDB-PMDB, a 26 milhões de eleitores.
Serra resolveu botar o pé na estrada e atacar as trincheiras nas quais seu principal adversário na disputa pela segunda colocação em outubro, Ciro Gomes (PPS), é mais forte: o Norte e o Nordeste.
A estratégia estava traçada antes mesmo de Ciro ameaçar a segunda posição de Serra nas pesquisas.
Nos 50 primeiros dias após o início oficial da campanha, ocorrido ontem, Serra percorreria municípios-pólos, irradiadores de opinião, no Norte e Nordeste. Ontem, faria campanha no interior do Piauí, participando, depois, de uma carreata na capital, Teresina, seguida de comício.
A partir do dia 20 de agosto, o projeto presidencial do tucano joga seu futuro nos grandes colégios eleitorais, no horário gratuito de rádio e TV e nos debates programados pelas emissoras.
Até agosto, Serra quer consolidar as composições regionais. Com a eleição casada, na qual o eleitor vota para deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente, o PSDB avalia que as máquinas partidária e governamental serão decisivas.
Serra já dispõe do apoio do PMDB -partido ao qual estará coligado na Grande Aliança-, inclusive da ala dissidente da sigla. Na quarta passada, recebeu o apoio formal de 13 diretórios do PFL, mas espera contar com a adesão informal de pelo menos outros dez. No PPB, conta com 22 dos 27 diretórios regionais.
O PSDB espera chegar ao horário eleitoral gratuito com a eleição definitivamente polarizada entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Serra. Ou usar o tempo bem maior de que dispõe para se impor como o adversário de Lula.
Serra aposta nos debates não só para tentar destronar Lula, mas também para demonstrar que o discurso de Ciro é vazio e contraditório. A passagem de Ciro pelo Ministério da Fazenda, no governo Itamar Franco, é outro ponto que os tucanos consideram vulnerável no candidato do PPS e que pode ser atacado.
Por mais que os tucanos se mostrem publicamente despreocupados com a ascensão de Ciro, o fato é que o desempenho do candidato do PPS já preocupa. Até agora, Serra crescia quando Lula caía e vice-versa. Essa lógica parece em mutação, mas o PSDB vai esperar mais algum tempo para conferir.



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