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Novo ministro nega
relações com Valério
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O senador Hélio Costa (PMDB-MG), que assume amanhã o Ministério das Comunicações, negou ontem ter relações com o empresário Marcos Valério de Souza, acusado de operar o suposto
esquema do "mensalão". Em depoimento à Polícia Federal, Valério citou Costa como um dos políticos com os quais teria contato.
Costa disse que encontrava Valério com freqüência na ponte aérea Belo Horizonte-Brasília, mas
nunca teve encontros formais
com ele, e autorizou a quebra de
seu sigilo telefônico para verificação. "Se tiver um único telefonema do senhor Marcos Valério, eu
renuncio a qualquer posição que
eu tenha na vida pública."
"Meu Espírito Santo e o meu
anjo da guarda me protegeram
para que eu nunca desse ouvidos
a um cidadão como Marcos Valério, que vivia encontrando nos aeroportos e falava: "tudo bem", "como é que vai", "quem sabe a gente
conversa". Conversar o quê, não
tenho nada a conversar. Tem outros que conversaram, que se expliquem", afirmou Costa.
Ele não comentou a desfiliação,
anunciada ontem pelo presidente
nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), de todos os integrantes do partido que ocupam
cargos de confiança no governo
Lula. Passou a palavra ao líder do
PMDB na Assembléia Legislativa
mineira, Adalclever Lopes, que
manifestou o apoio da bancada
mineira do partido ao Planalto.
Costa afirmou não ver risco de o
governo ficar sem o apoio do
PMDB na Câmara. Disse que o
único fator de desequilíbrio seria
uma eventual saída da sigla do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, que levaria consigo até 15 deputados.
Como futuro responsável pela
pasta que controla os Correios,
Costa defendeu a apuração das
denúncias de corrupção na instituição. Criticou ainda o ex-presidente dos Correios João Henrique, indicado por Temer, por não
ter defendido publicamente a instituição no início da crise. "Lamentavelmente estamos colocando no foco público do dia-a-dia
uma instituição que nada tem a
ver com sua cúpula dirigente."
(THIAGO GUIMARÃES)
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