São Paulo, quinta-feira, 07 de julho de 2005

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Novo ministro nega relações com Valério

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O senador Hélio Costa (PMDB-MG), que assume amanhã o Ministério das Comunicações, negou ontem ter relações com o empresário Marcos Valério de Souza, acusado de operar o suposto esquema do "mensalão". Em depoimento à Polícia Federal, Valério citou Costa como um dos políticos com os quais teria contato.
Costa disse que encontrava Valério com freqüência na ponte aérea Belo Horizonte-Brasília, mas nunca teve encontros formais com ele, e autorizou a quebra de seu sigilo telefônico para verificação. "Se tiver um único telefonema do senhor Marcos Valério, eu renuncio a qualquer posição que eu tenha na vida pública."
"Meu Espírito Santo e o meu anjo da guarda me protegeram para que eu nunca desse ouvidos a um cidadão como Marcos Valério, que vivia encontrando nos aeroportos e falava: "tudo bem", "como é que vai", "quem sabe a gente conversa". Conversar o quê, não tenho nada a conversar. Tem outros que conversaram, que se expliquem", afirmou Costa.
Ele não comentou a desfiliação, anunciada ontem pelo presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), de todos os integrantes do partido que ocupam cargos de confiança no governo Lula. Passou a palavra ao líder do PMDB na Assembléia Legislativa mineira, Adalclever Lopes, que manifestou o apoio da bancada mineira do partido ao Planalto.
Costa afirmou não ver risco de o governo ficar sem o apoio do PMDB na Câmara. Disse que o único fator de desequilíbrio seria uma eventual saída da sigla do ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, que levaria consigo até 15 deputados.
Como futuro responsável pela pasta que controla os Correios, Costa defendeu a apuração das denúncias de corrupção na instituição. Criticou ainda o ex-presidente dos Correios João Henrique, indicado por Temer, por não ter defendido publicamente a instituição no início da crise. "Lamentavelmente estamos colocando no foco público do dia-a-dia uma instituição que nada tem a ver com sua cúpula dirigente." (THIAGO GUIMARÃES)

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