São Paulo, terça-feira, 07 de agosto de 2001

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Com aval de Tasso, Ciro nega desistir de candidatura

FREE-LANCE PARA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O pré-candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, disse ser "pura especulação" tanto a possibilidade de renunciar à disputa para unir as oposições em torno do debate sucessório do próximo ano quanto a de sair candidato ao governo do Ceará.
A possibilidade de Ciro renunciar à disputa foi levantada pelo vice-presidente nacional do PPS, deputado João Herrmann, na semana passada. Em entrevista à Folha, ele afirmou que a tese teria sido aprovada em reunião da executiva do partido.
O presidente do PPS, Roberto Freire, negou que essa hipótese tenha sido cogitada. A controvérsia abriu um início de crise no partido, que Freire tentará contornar nesta semana, com reunião dos dirigentes do PPS, em Brasília.
"Sou candidato à Presidência. Estou saindo de Fortaleza para mais uma jornada nacional. Isso tudo é a sequência de um esforço que não tem mais volta", disse Ciro, ontem, em entrevista à rádio "O Povo", de Fortaleza. Nela, ele afirmou ainda que "os poderosos estão incomodados com seu projeto alternativo de recuperação da soberania brasileira" e querem "minar" sua candidatura.

Tasso
Alheio aos confrontos travados nacionalmente entre PSDB e PPS, o governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), disse que ele e Ciro vão caminhar juntos na próxima eleição estadual. O assunto, que já era consenso, foi discutido entre os dois durante um encontro, realizado na semana passada.
Tasso negou que tenha dito ou prometido ao presidente Fernando Henrique Cardoso que irá demover Ciro do projeto de se candidatar à Presidência. "Isso não tem o menor sentido. Eu nunca chamaria o Ciro [para pedir que ele desista da candidatura". Isso não passa pela minha cabeça."
Tasso reafirmou que, no Ceará, a aliança PSDB-PPS está "bastante unida" e que falta, apenas, definir quem será o candidato ao governo no próximo ano.

Oban
Ainda na entrevista à radio, Ciro disse que "bastou denunciar aquele jantar dos plutocratas e milionários com o senhor Fernando Henrique, jantarzinho esse que foi feito às escondidas, para que a onda de poder dessa gente de São Paulo e do senhor Fernando Henrique caísse em cima dele." E emendou: "Não tenho rabo de palha. Eles vão ver o que é bom para a tosse".
Ciro se referia a um jantar de FHC com empresários, na casa do banqueiro Olavo Setúbal, em julho. Ele comparou o encontro às reuniões que levaram à criação da Oban (Operação Bandeirantes), no regime militar, uma organização paramilitar sustentada por empresários, que reprimia as ações armadas de grupos de extrema esquerda. (ERILENE ARAÚJO)



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