|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Com aval de Tasso, Ciro nega desistir de candidatura
FREE-LANCE PARA AGÊNCIA FOLHA, EM
FORTALEZA
O pré-candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, disse ser
"pura especulação" tanto a possibilidade de renunciar à disputa
para unir as oposições em torno
do debate sucessório do próximo
ano quanto a de sair candidato ao
governo do Ceará.
A possibilidade de Ciro renunciar à disputa foi levantada pelo
vice-presidente nacional do PPS,
deputado João Herrmann, na semana passada. Em entrevista à
Folha, ele afirmou que a tese teria
sido aprovada em reunião da executiva do partido.
O presidente do PPS, Roberto
Freire, negou que essa hipótese tenha sido cogitada. A controvérsia
abriu um início de crise no partido, que Freire tentará contornar
nesta semana, com reunião dos
dirigentes do PPS, em Brasília.
"Sou candidato à Presidência.
Estou saindo de Fortaleza para
mais uma jornada nacional. Isso
tudo é a sequência de um esforço
que não tem mais volta", disse Ciro, ontem, em entrevista à rádio
"O Povo", de Fortaleza. Nela, ele
afirmou ainda que "os poderosos
estão incomodados com seu projeto alternativo de recuperação da
soberania brasileira" e querem
"minar" sua candidatura.
Tasso
Alheio aos confrontos travados
nacionalmente entre PSDB e PPS,
o governador do Ceará, Tasso Jereissati (PSDB), disse que ele e Ciro vão caminhar juntos na próxima eleição estadual. O assunto,
que já era consenso, foi discutido
entre os dois durante um encontro, realizado na semana passada.
Tasso negou que tenha dito ou
prometido ao presidente Fernando Henrique Cardoso que irá demover Ciro do projeto de se candidatar à Presidência. "Isso não
tem o menor sentido. Eu nunca
chamaria o Ciro [para pedir que
ele desista da candidatura". Isso
não passa pela minha cabeça."
Tasso reafirmou que, no Ceará,
a aliança PSDB-PPS está "bastante unida" e que falta, apenas, definir quem será o candidato ao governo no próximo ano.
Oban
Ainda na entrevista à radio, Ciro
disse que "bastou denunciar
aquele jantar dos plutocratas e
milionários com o senhor Fernando Henrique, jantarzinho esse
que foi feito às escondidas, para
que a onda de poder dessa gente
de São Paulo e do senhor Fernando Henrique caísse em cima dele." E emendou: "Não tenho rabo
de palha. Eles vão ver o que é bom
para a tosse".
Ciro se referia a um jantar de
FHC com empresários, na casa do
banqueiro Olavo Setúbal, em julho. Ele comparou o encontro às
reuniões que levaram à criação da
Oban (Operação Bandeirantes),
no regime militar, uma organização paramilitar sustentada por
empresários, que reprimia as
ações armadas de grupos de extrema esquerda.
(ERILENE ARAÚJO)
Texto Anterior: Aníbal diz que PT se aproxima de ideário tucano Próximo Texto: Literato: Sarney admite deixar a política em 2007 Índice
|