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São Paulo, quinta-feira, 07 de agosto de 2003

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CASO CC-5

Presidente da comissão chama advogado de "malandro" e ordena a sua prisão, mas Justiça rejeitou solicitação

Sessão da CPI acaba em tumulto e ameaça

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Terminou em bate-boca e tumulto a sessão de ontem da CPI estadual do Banestado. Seguranças da Assembléia Legislativa e um advogado de dois ex-gerentes da agência do banco em Nova York trocaram empurrões na sala onde a reunião era realizada.
O presidente da comissão, deputado Neivo Beraldin (PDT), ordenou a prisão do advogado Alessandro Silvério, que defende os ex-gerentes Valdir Perin e Hércio dos Santos. Silvério, que não chegou a ser detido, tentava pedir uma sessão reservada. Ele não aceitou que os clientes prestassem depoimento sem ter suas imagens preservadas de fotógrafos e cinegrafistas. A Constituição prevê esse direito, se assim for solicitado.
Beraldin não acatou o pedido do advogado, alegando que a sessão era pública. Num determinado momento da discussão, o deputado soltou uma frase que deu início ao tumulto: "Para quem cometeu crime de lesa pátria"...
O advogado dos ex-gerentes perguntou se o parlamentar estava antecipando a condenação deles e disse que iria pedir sua suspeição como presidente da CPI. Nesse momento, o deputado o chamou de "malandro", dando início ao bate-boca e à intervenção dos seguranças da Casa.
Beraldin encaminhou à Justiça Federal pedido de prisão preventiva dos dois ex-gerentes, mas a solicitação foi negada. O juiz da 2ª Vara Federal de Curitiba, Sergio Moro, informou que os motivos apresentados pelo deputado, que acusou os ex-gerentes de se recusarem a prestar depoimento, não eram suficientes para que fossem decretadas as prisões preventivas.
O magistrado determinou, no entanto, que Santos e Perin sejam ouvidos no próximo dia 11 e que a presença de fotógrafos e cinegrafistas na sala de reuniões seja decidida pelos membros da CPI.
O advogado Antônio Figueiredo Basto, para quem Silvério trabalha, disse que irá processar Beraldin por crimes de abuso de autoridade e injúria e difamação.
Os ex-gerentes Perin e Santos foram chamados para que seus depoimentos pudessem ser confrontados com o depoimento de um ex-gerente de câmbio de uma agência do Banestado.


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