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CASO CC-5
Presidente da comissão chama advogado de "malandro" e ordena a sua prisão, mas Justiça rejeitou solicitação
Sessão da CPI acaba em tumulto e ameaça
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Terminou em bate-boca e tumulto a sessão de ontem da CPI
estadual do Banestado. Seguranças da Assembléia Legislativa e
um advogado de dois ex-gerentes
da agência do banco em Nova
York trocaram empurrões na sala
onde a reunião era realizada.
O presidente da comissão, deputado Neivo Beraldin (PDT), ordenou a prisão do advogado Alessandro Silvério, que defende os
ex-gerentes Valdir Perin e Hércio
dos Santos. Silvério, que não chegou a ser detido, tentava pedir
uma sessão reservada. Ele não
aceitou que os clientes prestassem
depoimento sem ter suas imagens
preservadas de fotógrafos e cinegrafistas. A Constituição prevê esse direito, se assim for solicitado.
Beraldin não acatou o pedido
do advogado, alegando que a sessão era pública. Num determinado momento da discussão, o deputado soltou uma frase que deu
início ao tumulto: "Para quem cometeu crime de lesa pátria"...
O advogado dos ex-gerentes
perguntou se o parlamentar estava antecipando a condenação deles e disse que iria pedir sua suspeição como presidente da CPI.
Nesse momento, o deputado o
chamou de "malandro", dando
início ao bate-boca e à intervenção dos seguranças da Casa.
Beraldin encaminhou à Justiça
Federal pedido de prisão preventiva dos dois ex-gerentes, mas a
solicitação foi negada. O juiz da 2ª
Vara Federal de Curitiba, Sergio
Moro, informou que os motivos
apresentados pelo deputado, que
acusou os ex-gerentes de se recusarem a prestar depoimento, não
eram suficientes para que fossem
decretadas as prisões preventivas.
O magistrado determinou, no
entanto, que Santos e Perin sejam
ouvidos no próximo dia 11 e que a
presença de fotógrafos e cinegrafistas na sala de reuniões seja decidida pelos membros da CPI.
O advogado Antônio Figueiredo Basto, para quem Silvério trabalha, disse que irá processar Beraldin por crimes de abuso de autoridade e injúria e difamação.
Os ex-gerentes Perin e Santos
foram chamados para que seus
depoimentos pudessem ser confrontados com o depoimento de
um ex-gerente de câmbio de uma
agência do Banestado.
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