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FORÇAS ARMADAS
Aumento será de 13% a partir de outubro e mais 10% em agosto de 2006; impacto orçamentário será de R$ 9,5 bi
Governo concede reajuste aos militares
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de meses de negociações, com direito a protestos de
mulheres de militares e seguidas
recusas dos comandantes, o Palácio do Planalto anunciou ontem
que os integrantes das Forças Armadas terão um reajuste salarial
linear de 13% a partir de outubro e
outros 10% em agosto de 2006.
O anúncio ocorreu ontem pela
manhã, depois de, um dia antes,
terem ocorrido duas reuniões do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar. O
martelo foi batido pela equipe
econômica, em reunião na Granja
do Torto. Restava apenas definir o
percentual a ser pago em 2006.
"Esta decisão representa realmente considerável esforço para
atender às justas aspirações das
Forças Armadas, ainda que com
enorme sacrifício orçamentário.
Assim sendo, permito-me, como
ministro da Defesa, exortar a todos os militares que compreendam esta decisão como a melhor a
que se poderia chegar", afirmou
Alencar, por meio de nota.
O reajuste anunciado ontem deve causar um impacto de R$ 3,5
bilhões nas contas do governo
neste ano e R$ 6 bilhões em 2006.
Nos últimos meses, foram várias propostas e contrapropostas.
O governo chegou até a sugerir
que o reajuste não fosse linear (ou
seja, que pudesse atender apenas
os militares da ativa), mas tal sugestão foi vetada de pronto pelos
comandantes de Marinha, Exército e Aeronáutica.
Promessa
No ano passado, o governo se
comprometeu a reajustar o salário dos integrantes das Forças Armadas em duas parcelas. Como
10% foram antecipados a partir de
setembro passado, o restante
(23%) ficou para o primeiro trimestre de 2005.
Nada, porém, foi pago no período anunciado, o que gerou uma
série de manifestações encabeçadas por mulheres de militares, como "panelaços" e "apitaços" em
solenidades do Exército e visitas
do presidente Lula ao Itamaraty.
Durante dois meses, cerca de 50
delas permaneceram acampadas
em frente ao Congresso Nacional.
Em meio às negociações, o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Luiz Carlos
Bueno, afirmou que, se dependesse da equipe econômica do governo, não haveria aumento dos soldos aos integrantes das Forças Armadas. Segundo ele, "viável seria
0%, para a equipe econômica".
Hoje, um recruta recebe cerca
de R$ 168, contra um teto de R$
9.300 para um oficial-general.
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