São Paulo, segunda-feira, 07 de agosto de 2006

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Entediado

Enquanto os candidatos divulgavam suas primeiras informações de arrecadação e gastos, o "Fantástico" estreava a série "E eu com isso?", sobre os efeitos e a importância da política no cotidiano. É uma aparente resposta a campanhas de descrédito, como na MTV, que sugere jogar "tomates" no governo e na oposição -e que já vinha sendo criticada pelo site Vermelho, do PC do B, e pelo ex-blog de Cesar Maia, entre outros.
No site Nomínimo, o blog de Guilherme Fiúza, que é do Rio, vai em linha oposta, apóia a campanha de voto nulo, forte na internet, e critica "a patrulha do bem":
- O que é pior: voto nulo ou voto entediado? Eleitor entediado é capaz de eleger, por exemplo, a Rosinha.

A TV MORREU, VIVA A TV


No ABC.com, séries em streaming, como "Desperate Housewives"


A revista "Advertising Age" noticiou que a experiência da ABC com programas via internet, em "streaming", deu certo. Atingiu 87% de "recall" da publicidade, contra 24% na TV. A presidente da rede diz que "foi um sucesso com os anunciantes" e anuncia que o projeto volta em um mês.
Para o blogueiro de mídia Jeff Jarvis, do BuzzMachine e consultor de NYT.com e Guardian Unlimited, "a televisão pode dar adeus" -ou, no original, "kiss its ass goodbye".

ROUBE ESTA PLANTA

boingboing.net
No blog americano, a defesa das plantas do Brasil


Tido como maior blog do mundo, o Boing Boing destaca que "o Brasil luta contra os surrupiadores de nomes das grandes farmacêuticas", no post "Roube esta planta":
- O Brasil está cansado ["sick and tired"] de empresas roubando o nome de suas plantas e não vai aceitar mais!
Era elogio à ação "maravilhosamente pragmática" do país que resiste há tempos aos "acordos cada vez mais draconianos de propriedade intelectual": o Brasil enviou uma relação com mais de 5 mil nomes de plantas à OMC e países de todo o mundo, para constranger os "ladrões".

O PRÓXIMO
O "Washington Post" dedicou-se no domingo a especular sobre a América Latina pós-Fidel em longos artigos.
O mais destacado foi de um colunista do venezuelano "El Nacional", "Hugo Chávez: o próximo Castro?". Não, escreveu Ibsen Martínez, dizendo que o presidente venezuelano "não tem o ingrediente essencial de Fidel: a legitimidade".
Foi inusitado ler, na primeira página do "WP", que o cubano tem legitimidade como "líder do antiimperialismo".

O FIM
A exemplo de Martínez, o "neocon" americano Francis Fukuyama, escrevendo no "WP" sob o título "O fim de Chávez - A história está contra ele", contrapôs o venezuelano a Lula, Néstor Kirchner e outros esquerdistas regionais hoje convertidos a "políticas monetária e fiscal sadias".
Em contraponto ao "bolivarismo", Fukuyama elogiou -com restrições- programas como o Bolsa-Família, em implantação no Brasil e no México, e até o "orçamento participativo de Porto Alegre".

PERDENDO
Por fim, no "WP", Julia E. Sweig, diretora de América Latina do influente Council on Foreign Relations, ironizou a preocupação com o "cara do mal du jour", disse que não há sucessor para Castro -e avisou que a região, "pós-Guerra Fria", não reflete os desejos nem os pesadelos de Washington. Avisou mais:
- Enquanto a inclinação à esquerda enerva Washington politicamente, já se está perdendo a AL economicamente.
Para a China e a Europa.

PERTURBADOR
No "Financial Times", texto de um membro do American Enterprise Institute estranha a "convergência entre emergentes e industrializados".
Diz que, ok, é porque os "fundamentos econômicos" de países como os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) vêm melhorando. Mas "a razão principal" é que os fundamentos de países desenvolvidos como Itália e outros europeus "vêm se deteriorando".
No título do artigo, "A perturbadora deterioração das economias desenvolvidas".

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@ - Nelson de Sá


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