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Situação dos minoritários preocupa CVM
ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio
A CVM (Comissão de Valores
Mobiliários), órgão responsável
pela fiscalização do mercado de
capitais, vai convocar, para daqui
a duas semanas, uma reunião com
os novos controladores de cada
uma das 12 holdings vendidas no
leilão do Sistema Telebrás.
O propósito é garantir que os 3,5
milhões de acionistas minoritários
do sistema não sejam prejudicados, diante das prováveis reestruturações societárias das teles, afirmou Francisco da Costa e Silva,
presidente da CVM.
"É natural que o novo controlador tente unificar suas unidades
(empresas), mas poderá também
priorizar investimentos em função de demandas diferentes. Vamos ficar em cima para que os minoritários não saiam lesados."
A reestruturação é um processo
esperado. A Tele Norte Leste, por
exemplo, tem debaixo de si 16
companhias estaduais. Agrupá-las
seria uma forma de reduzir custos.
A CVM quer garantir também
que os papéis de todas as pequenas
empresas ganhem liquidez (atratividade para serem negociados).
Prevendo que surgirão conflitos
de interesses entre as holdings e as
pequenas companhias a elas ligadas, a CVM criou um grupo de
trabalho que se dedicará à análise
dos desdobramentos do leilão.
"Se essa discussão tivesse começado antes, estaríamos até agora
discutindo, e a privatização não
teria sido feita", disse Costa e Silva, destacando que a operação
ainda não acarretou perdas para
os minoritários.
Uma grande parcela desses 3,5
milhões de acionistas minoritários
tem em mãos ações adquiridas pelo antigo plano de expansão para a
compra de telefones. "Isso nos
preocupa muito", afirmou Costa
e Silva.
Segundo a CVM, as regras dos
contratos de concessão não podem evitar que as ações das companhias pequenas percam a atratividade -o chamado "mico".
Costa e Silva se diz favorável à
incorporação das companhias em
uma grande empresa. Se as holdings optarem por uma incorporação, o processo terá de considerar a participação relativa das
companhias sob sua alçada de forma a não derrubar esses papéis.
Já há inclusive bancos de investimento, como o Stock-Mássima,
apostando na valorização dessas
pequenas empresas, em função de
prováveis incorporações. Constituíram, inclusive, fundos de investimentos com esses papéis.
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