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SUCESSÃO
Comando de campanha debate se postura mais agressiva ajudaria petista a encostar em FHC nas pesquisas
Lula discute se deve ser "light' na televisão
CARLOS EDUARDO ALVES
PATRÍCIA ANDRADE
da Reportagem Local
A estagnação de Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) nas pesquisas provocou o primeiro dilema entre os políticos e o grupo de comunicação
da campanha petista: o candidato
deve ou não ser agressivo em relação ao presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) durante o
horário eleitoral gratuito.
O planejamento inicial era apresentar Lula como um candidato
"light" em programas ditos
"propositivos". Ou seja, os marqueteiros petistas apostavam em
um discurso cordato para enfrentar a imagem de mal-humorado
que Lula carregaria no entender
de muitos eleitores.
Com a dificuldade de se aproximar de FHC na corrida eleitoral,
um grupo de petistas está defendendo, em diversas reuniões, a revisão do plano.
Os que propõem uma abordagem de temas de forma mais
agressiva acham que essa seria a
única maneira de o candidato encarnar o descontentamento de
parte do eleitorado com o tratamento que o governo dá às chamadas questões sociais.
Toni Cotrin, um dos publicitários que comandam a equipe que
está produzindo a campanha de
TV de Lula, advoga uma solução
mista. "Vamos mostrar que problemas como a seca e o desemprego não acabaram, mas faremos isso com componentes de esperança
e de otimismo", diz Cotrin.
Lula está participando das discussões sobre o seu programa de
TV. A palavra final será dada em
reuniões que estão agendadas para
o próximo fim-de-semana entre o
candidato a presidente, o candidato a vice, Leonel Brizola (PDT), e a
equipe de comunicação.
Pesquisas
O PT tem feito várias pesquisas
qualitativas com grupos de eleitores para avaliar o impacto dos discursos de FHC e de Lula. Uma das
observações dos participantes é
que o petista se sai melhor quando
está mais descontraído.
Na situação oposta, muitos entendem que Lula passa uma imagem raivosa, o que dificulta a empatia com o candidato.
A pesquisa também atestou que
um dos entraves para o crescimento de Lula é o diagnóstico sobre a falta de experiência administrativa do candidato.
Para tentar superar o problema,
os marqueteiros vão mostrar na
televisão alguns aspectos da biografia de Lula, como o fato de ele
ter sido deputado constituinte e
seu trânsito com lideranças internacionais.
O jingle da campanha, que será
lançado em comício em Recife no
dia 14, foi avaliado pela pesquisa.
Composta por Hilton Accioly, o
mesmo que fez o famoso "Lula-lá" de 89, a canção se chama
"Coração Brasileiro" e passou
por algumas mudanças de ritmo.
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