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Movimento cede para tentar libertar Rainha
DA AGÊNCIA FOLHA
O MST deve entrar, na próxima
semana, com novo pedido de liberdade provisória para José Rainha Jr. e os outros quatro líderes
acusados de crime de formação
de quadrilha. O novo pedido faz
parte de um acordo acertado na
manhã de ontem em São Paulo
entre o movimento e o secretário
de Justiça do Estado de São Paulo,
Alexandre de Moraes.
Segundo Valquimar Reis, o
"Quima", da coordenação estadual do MST, no acordo o movimento se compromete, em documento, a não contestar lista elaborada pelo Itesp (Instituto de Terras de São Paulo) com o nome das
famílias que serão assentadas nas
glebas São Pedro da Alcídia e Porto 10. As áreas são disputadas pelo
MST e movimentos independentes na região.
O MST resolveu ceder pensando na batalha que terá que enfrentar para conseguir a liberação de
Rainha e de outros líderes presos
no Pontal do Paranapanema.
No pedido que embasou a prisão de Rainha, de 23 de maio, o
promotor Marcelo Creste afirmava que o MST, na figura dos seus
líderes, também atrapalhava a implantação de um projeto de assentamento na fazenda Guaná-Mirim, em Euclides da Cunha Paulista (SP). A área, que pertencia ao
Estado, foi invadida em janeiro. E
que Rainha e outros quatro líderes sem-terra representam ameaça à ordem pública.
Na sua explanação, Creste dizia
que o MST não aceitava dividir a
área da fazenda com integrantes
do Mast (Movimento dos Agricultores Sem Terra), buscando
"alijar famílias do Mast do projeto
de reforma agrária".
Além disso, ele afirmava que integrantes do MST haviam expulsado da fazenda técnicos do Itesp
e famílias ligadas ao Mast e que
haviam ateado fogo a pontos da
propriedade.
A direção do movimento, por
sua vez, apresenta uma declaração assinada pelo prefeito de Euclides da Cunha Paulista, José
Carlos Mendes (PTB), em que ele
afirma que o MST deixou a fazenda em 26 de julho, em cumprimento a mandado de reintegração de posse.
No entendimento do MST, o
documento representa prova de
que não poderia estar atrapalhando o processo de reforma agrária
na área. A Guaná-Mirim, atualmente, já abriga assentamentos,
tanto do MST como do Mast.
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