São Paulo, sábado, 07 de setembro de 2002

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Movimento cede para tentar libertar Rainha

DA AGÊNCIA FOLHA

O MST deve entrar, na próxima semana, com novo pedido de liberdade provisória para José Rainha Jr. e os outros quatro líderes acusados de crime de formação de quadrilha. O novo pedido faz parte de um acordo acertado na manhã de ontem em São Paulo entre o movimento e o secretário de Justiça do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes.
Segundo Valquimar Reis, o "Quima", da coordenação estadual do MST, no acordo o movimento se compromete, em documento, a não contestar lista elaborada pelo Itesp (Instituto de Terras de São Paulo) com o nome das famílias que serão assentadas nas glebas São Pedro da Alcídia e Porto 10. As áreas são disputadas pelo MST e movimentos independentes na região.
O MST resolveu ceder pensando na batalha que terá que enfrentar para conseguir a liberação de Rainha e de outros líderes presos no Pontal do Paranapanema.
No pedido que embasou a prisão de Rainha, de 23 de maio, o promotor Marcelo Creste afirmava que o MST, na figura dos seus líderes, também atrapalhava a implantação de um projeto de assentamento na fazenda Guaná-Mirim, em Euclides da Cunha Paulista (SP). A área, que pertencia ao Estado, foi invadida em janeiro. E que Rainha e outros quatro líderes sem-terra representam ameaça à ordem pública.
Na sua explanação, Creste dizia que o MST não aceitava dividir a área da fazenda com integrantes do Mast (Movimento dos Agricultores Sem Terra), buscando "alijar famílias do Mast do projeto de reforma agrária".
Além disso, ele afirmava que integrantes do MST haviam expulsado da fazenda técnicos do Itesp e famílias ligadas ao Mast e que haviam ateado fogo a pontos da propriedade.
A direção do movimento, por sua vez, apresenta uma declaração assinada pelo prefeito de Euclides da Cunha Paulista, José Carlos Mendes (PTB), em que ele afirma que o MST deixou a fazenda em 26 de julho, em cumprimento a mandado de reintegração de posse.
No entendimento do MST, o documento representa prova de que não poderia estar atrapalhando o processo de reforma agrária na área. A Guaná-Mirim, atualmente, já abriga assentamentos, tanto do MST como do Mast.


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