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SETE DE SETEMBRO
Em coquetel com militares, presidente planeja mostrar que falta de verba não é reflexo de desprestígio
FHC atribuirá dificuldades a Orçamento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso vai aproveitar o coquetel que oferece hoje aos oficiais das Forças Armadas, logo
após o desfile de Sete de Setembro, para mais uma vez pedir a
compreensão dos militares em relação aos cortes de verbas.
FHC dirá aos oficiais que a pequena margem de manobra do
governo no Orçamento limita sua
ação e deixa pouca opção ao contingenciamento de verbas.
Além de prestigiar os militares
no coquetel, ele vai lembrar que,
apesar do corte de cerca de R$ 3
bilhões no Orçamento deste ano
das Forças Armadas, o governo
iniciou o programa FX, que vai
reaparelhar a Força Aérea Brasileira com novos caças, no valor de
US$ 700 milhões, e também começou a operar o Sivam (Sistema
de Vigilância da Amazônia).
Não será a primeira vez que
FHC reconhece as dificuldades
que têm sido impostas às Forças
Armadas. No início de agosto, na
apresentação dos oficiais-generais, no Planalto, FHC disse que
"como presidente, naturalmente,
tenho consciência -e como
dói- das dificuldades que tudo
isso acarreta a todos nós e às Forças Armadas, em particular".
Segundo o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, por ser
o último Sete de Setembro como
presidente da República, FHC decidiu oferecer um coquetel em
homenagem às Forças.
Porém, o objetivo do evento é
conter a insatisfação dos oficiais
com a redução da verba, que já
causou a dispensa antecipada de
44 mil recrutas, horário de expediente reduzido, suspensão da
manutenção de equipamentos e
atraso em investimentos.
O coquetel custará R$ 8.000 e,
de acordo com o cerimonial da
Presidência, será apenas um "vinho de honra", que contará com a
presença de cerca de 300 convidados, entre ministros, embaixadores e representantes do Judiciário.
Outro assunto que permeará o
coquetel será a sucessão presidencial. A aproximação de oficiais de
alta patente da reserva, com bom
trânsito entre integrantes da ativa,
à candidatura de Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) tem causado certo
receio em setores do governo.
FHC e integrantes do governo
que estarão no coquetel vão reiterar aos oficiais que as dificuldades
orçamentárias são momentâneas.
Também pretendem dissipar
possíveis temores de que em um
eventual governo de José Serra os
militares seriam desprestigiados.
O desfile será enxuto e pela primeira vez em muitos anos não terá a presença dos caças Mirage da
FAB. Em 2001, 20 aeronaves participaram do desfile. Em 2000, foram 33 aviões. O efetivo previsto
para o evento é de 4.750 militares
e de 240 veículos.
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