São Paulo, sábado, 07 de setembro de 2002

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SUDAM

Acusação é mentira, diz ex-senador

Procurador afirma já ter provas contra Jader

MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O procurador federal Nazareno Wolff, do Paraná, disse ontem que considera já haver provas suficientes para sustentar uma condenação do ex-senador Jader Barbalho (PMDB-PA) nos desvios do projeto Usimar. "Ao nosso ver, a condenação de Jader é tranquila", disse o procurador.
Wolff integra a força-tarefa do Ministério Público Federal que investiga fraudes em projetos que receberam recursos da extinta Sudam (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia).
Ele fez o comentário depois dos interrogatórios de oito réus do processo do caso Usimar, em Curitiba. Os oito foram interrogados pela juíza Anne Karina Amador Costa, da 1ª Vara Federal Criminal do Paraná. Ela cumpriu carta precatória da Justiça Federal do Tocantins, onde o processo está centralizado. Os réus depuseram ontem e anteontem.
Jader é acusado da prática de quatro crimes neste processo: formação de quadrilha, estelionato, peculato e lavagem de dinheiro. Ele será interrogado pela Justiça Federal em 9 de outubro, em Belém, três dias após as eleições a cargos proporcionais (deputados e senadores). O ex-senador concorre ao cargo de deputado federal pelo Estado do Pará.
Segundo o procurador Wolff, a força-tarefa ainda não tem a mesma "tranquilidade" sobre as provas conseguidas para uma eventual condenação do marido da ex-governadora do Estado do Maranhão Roseana Sarney (PFL), Jorge Murad.
"As provas contra Murad ainda dependem da liberação, pela Justiça Federal, dos documentos apreendidos na empresa Lunus", de propriedade da ex-governadora e do marido.
A apreensão na Lunus tirou Roseana Sarney da disputa presidencial, pois na batida a Polícia Federal encontrou R$ 1,3 milhão, em espécie. Mas não conseguiu apurar uma justificativa para a origem do dinheiro.
O projeto Usimar levou R$ 44,1 milhões da Sudam, em 2000, para uma fábrica de autopeças que seria construída em São Luís e que não saiu do papel.

Outro lado
Por intermédio de assessores, Jader nega todas as acusações. Ele tem dito ter certeza de que não será condenado e que as denúncias "não passam de mentiras" e são fantasiosas.
Segundo a sua assessoria, a acusação é mais uma mentira lançada contra Jader e será desmontada, "como ocorreu com todas as demais contra ele".
Em declarações anteriores, Jader afirmou que "as denúncias contra ele são parte de uma orquestração para afastá-lo da vida pública".
O ex-senador é candidato a deputado federal pelo Pará, mas não tem usado o horário político para se defender das acusações.


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