São Paulo, sábado, 07 de setembro de 2002

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DISTRITO FEDERAL

Aparelhos apreendidos tinham votos para o peemedebista, que diz haver uma "farsa" com o objetivo de atingi-lo

Oposição acusa Roriz por urnas suspeitas

FERNANDA NARDELLI
SÍLVIA FREIRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Enquanto são realizadas as investigações sobre as urnas não-oficiais apreendidas no Distrito Federal, os candidatos de oposição aproveitam para explorar politicamente o caso, em uma tentativa de enfraquecer a candidatura à reeleição do governador Joaquim Roriz (PMDB).
Seis dos sete candidatos de oposição ao governo se reuniram ontem para anunciar que farão uma representação ao corregedor do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), pedindo que sejam investigados indícios de crime eleitoral, abuso de poder econômico e uso da máquina pública envolvendo o atual governador. A Procuradoria Eleitoral já investiga o caso.
"Estou convicto de que esta é a preparação para uma fraude na eleição", disse Geraldo Magela (PT). Além dele, compareceram Rodrigo Rollemberg (PSB), Benedito Domingos (PPB), Orlando Cariello (PSTU), Guilherme Trotta (PRTB) e Carlos Torres (PPS).
Em 5 das 85 urnas suspeitas havia votos para Roriz e candidatos de sua coligação, incluindo José Serra. Por meio de sua assessoria, Roriz acusou a oposição de estar por trás do caso e disse que há uma farsa para tentar atingi-lo.
A coligação Grande Aliança (PSDB-PMDB) divulgou uma nota ontem condenando o uso "clandestino e ilegal" de simuladores de voto eletrônico. "Esse tipo de manobra não cabe mais num país que vive a plenitude e a maturidade do Estado democrático de Direito", escreveu o coordenador político da campanha de Serra, Pimenta da Veiga.
Ontem, as urnas foram encaminhadas para perícia na Polícia Federal. Segundo a assessoria da PF, o resultado deve sair em dez dias. Os peritos vão vão montar as peças de simuladores encontrados e verificar a existência de fotos e nomes de candidatos, além de tentar identificar possíveis impressões digitais. A legislação eleitoral proíbe o uso de simuladores de votos com fotos de candidatos.
O jornalista André Luiz Silva de Moura, detido anteontem com duas das urnas não-oficiais, disse, em depoimento à polícia, que participa de uma ONG, chamada Força Azul, que ensina pessoas humildes a votar. Azul é a cor utilizada pela coligação de Roriz.
Das urnas apreendidas, 80 foram encontradas no Parque Nacional de Brasília. Segundo o administrador do parque, Elmo da Silva Júnior, o material foi levado ao delegado da Polícia Civil Luiz Andriano Guerra Pouso, mas ele o teria tratado como "sucata" -teria ficado apenas com cerca de 50 tarjas onde estava escrito "simulador de urna eletrônica".



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