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DISTRITO FEDERAL
Aparelhos apreendidos tinham votos para o peemedebista, que diz haver uma "farsa" com o objetivo de atingi-lo
Oposição acusa Roriz por urnas suspeitas
FERNANDA NARDELLI
SÍLVIA FREIRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Enquanto são realizadas as investigações sobre as urnas não-oficiais apreendidas no Distrito
Federal, os candidatos de oposição aproveitam para explorar politicamente o caso, em uma tentativa de enfraquecer a candidatura
à reeleição do governador Joaquim Roriz (PMDB).
Seis dos sete candidatos de oposição ao governo se reuniram ontem para anunciar que farão uma
representação ao corregedor do
TRE (Tribunal Regional Eleitoral), pedindo que sejam investigados indícios de crime eleitoral,
abuso de poder econômico e uso
da máquina pública envolvendo o
atual governador. A Procuradoria
Eleitoral já investiga o caso.
"Estou convicto de que esta é a
preparação para uma fraude na
eleição", disse Geraldo Magela
(PT). Além dele, compareceram
Rodrigo Rollemberg (PSB), Benedito Domingos (PPB), Orlando
Cariello (PSTU), Guilherme Trotta (PRTB) e Carlos Torres (PPS).
Em 5 das 85 urnas suspeitas havia votos para Roriz e candidatos
de sua coligação, incluindo José
Serra. Por meio de sua assessoria,
Roriz acusou a oposição de estar
por trás do caso e disse que há
uma farsa para tentar atingi-lo.
A coligação Grande Aliança
(PSDB-PMDB) divulgou uma nota ontem condenando o uso
"clandestino e ilegal" de simuladores de voto eletrônico. "Esse tipo de manobra não cabe mais
num país que vive a plenitude e a
maturidade do Estado democrático de Direito", escreveu o coordenador político da campanha de
Serra, Pimenta da Veiga.
Ontem, as urnas foram encaminhadas para perícia na Polícia Federal. Segundo a assessoria da PF,
o resultado deve sair em dez dias.
Os peritos vão vão montar as peças de simuladores encontrados e
verificar a existência de fotos e nomes de candidatos, além de tentar
identificar possíveis impressões
digitais. A legislação eleitoral
proíbe o uso de simuladores de
votos com fotos de candidatos.
O jornalista André Luiz Silva de
Moura, detido anteontem com
duas das urnas não-oficiais, disse,
em depoimento à polícia, que
participa de uma ONG, chamada
Força Azul, que ensina pessoas
humildes a votar. Azul é a cor utilizada pela coligação de Roriz.
Das urnas apreendidas, 80 foram encontradas no Parque Nacional de Brasília. Segundo o administrador do parque, Elmo da
Silva Júnior, o material foi levado
ao delegado da Polícia Civil Luiz
Andriano Guerra Pouso, mas ele
o teria tratado como "sucata"
-teria ficado apenas com cerca
de 50 tarjas onde estava escrito
"simulador de urna eletrônica".
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