São Paulo, sexta-feira, 07 de setembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

É pra já

Não se sabe o que Mangabeira Unger fará no longo prazo, mas, de imediato, decidiu acabar com o Grupo de Conjuntura do Ipea, que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, desde sempre hostilizou por considerar repleto de tucanos. O grupo, no qual se destacam nomes como Fábio Giambiagi, existe há cerca de 30 anos no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, que em junho passado migrou do guarda-chuva do Ministério do Planejamento para o da recém-criada secretaria do professor de Harvard.
Embora já tenha recebido aval do governo, Mangabeira enfrentará reação externa. Um dos que se movimentam na tentativa de salvar o Grupo de Conjuntura é o ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso.

Precedentes 1. Em governos anteriores ao de Lula, o Grupo de Conjuntura do Ipea enfrentou pelo menos dois "embates fortes", nas palavras de um observador, com a autoridade de turno.

Precedentes 2. O primeiro se deu quando o ministro do Planejamento era Delfim Netto (1979-1985). O segundo, já no governo FHC, quando a pasta foi ocupada por José Serra (1995-1996).

Boa sorte. Em tempo de leitura de sinais, a base governista no Senado entendeu como um "liberou geral" o fato de Lula sair para seu giro escandinavo na semana do epílogo do caso Renan Calheiros (PMDB-AL) sem deixar orientação nenhuma à tropa.

Esfinge. Nas diferentes listas de votação que tentam simular o resultado do pedido de cassação do presidente do Senado, na próxima quarta-feira, dois parlamentares são considerados total incógnita, pois nunca tocaram no assunto: João Durval (PDT-BA) e Paulo Paim (PT-RS).

Preview. A sessão secreta que decidiu pela cassação de Luiz Estevão, em 2000, durou quatro horas. Só o discurso do peemedebista se arrastou por hora e meia. Foram seis falas pela cassação e uma pela absolvição do senador, além da intervenção de Jader Barbalho (PA), então líder do PMDB, que liberou a bancada.

Pesos. No artigo do regimento do Senado que dispõe sobre as sessões secretas, o item "perda de mandato" vem logo depois de outras duas situações para as quais é previsto voto fechado na Casa: "declaração de guerra" e "acordo de paz". "Renan vale um país e suas relações internacionais", filosofa o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

Uni-duni-tê. Arlindo Chinaglia (PT-SP) adiou por uma semana sua decisão sobre o futuro da CPI da TVA. Pressionado por petistas para que a comissão seja instalada, e pelo governo para que seja arquivada, o presidente da Câmara já tem em mãos pareceres justificando qualquer decisão que venha a tomar.

Heróis. Marta Suplicy (Turismo), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Tarso Genro (Justiça) e Dilma Rousseff (Casa Civil), ministros do PT com pretensões presidenciais, ganharam apelido entre correligionários: "Quarteto Fantástico". Lula, espectador em 2010, é chamado de "Surfista Prateado".

Registro literário. Líder do PT na Assembléia paulista, Simão Pedro está recolhendo material para escrever um livro sobre a construção da linha 4 do Metrô, palco de vários acidentes e do desastre em janeiro que abriu uma cratera nas obras da estação Pinheiros e deixou sete mortos.

Fumaça. A guerra entre Luizianne Lins e o grupo de Tasso Jereissati em Fortaleza chegou ao Tribunal de Contas dos Municípios, que fiscaliza contas das cidades no Ceará. Presidente do órgão e aliado do senador tucano, Ernesto Saboya é acusado pela prefeita petista de fazer auditorias dirigidas a fim de prejudicar sua administração.

Tiroteio

"Quando Lula prometeu criar 10 milhões de empregos, não imaginei que seriam todos cargos comissionados".
Do líder do PPS na Câmara, FERNANDO CORUJA (SC), sobre a criação de 79 cargos para a nova Secretaria de Planejamento de Longo Prazo.

Contraponto

Só love

Ex-prefeito de Blumenau, Décio Lima (PT) elegeu-se deputado federal em 2006 e agora passa parte da semana longe da mulher, Ana Paula, que é deputada estadual em Santa Catarina. Num dos primeiros dias longe de casa, ele sacou o celular, buscou a palavra "Amor" no menu de contatos e ligou. Completada a chamada, desatou a falar:
-Querida, que saudades, não vejo a hora de voltar!
Silêncio. E depois uma voz grave do outro lado da linha:
-Me falaram que você votou em mim, Décio, mas confesso que não sabia que você me amava tanto!
Em vez de "Amor", o deputado havia acessado na lista o nome "Amin", do ex-governador Esperidião Amin (PP).


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