São Paulo, segunda-feira, 07 de setembro de 2009

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Discussão para comprar caças da França está avançada, diz Lula

Presidente defende avião Rafale pela transferência tecnológica aceita por Paris

Alan Marques/Folha Imagem
Presidente Lula recebe o colega francês, Nicolas Sarkozy, que veio ao país assinar acordo militar

DA FOLHA ONLINE

As negociações para a compra pelo Brasil de 36 aviões caça franceses Rafale estão "muito avançadas", confirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista à imprensa francesa veiculada ontem, pouco antes da chegada do presidente Nicolas Sarkozy ao país.
Sarkozy desembarcou em Brasília no começo da noite de ontem para assinar acordos de cooperação militar no valor de R$ 22,5 bilhões, que envolvem a compra de helicópteros, submarinos e a construção de uma base e um estaleiro. Durante a visita, o francês também acompanhará o desfile de Sete de Setembro na capital federal.
"O que posso dizer é que nossas discussões estão muito avançadas e penso que chegaremos a bom termo com a França", afirmou o presidente ao canal de televisão TV5, à Rádio Francia Internacional e ao jornal "Le Monde", em entrevista concedida na quarta-feira passada e divulgada ontem.
"As discussões com o presidente Sarkozy avançam muito rapidamente. Estamos no bom caminho, temos uma relação de confiança", disse.
Lula deu a entender a preferência pelos aviões da francesa Dassault em relação aos concorrentes, o americano F-18 e o sueco Gripen, em especial pela transferência de tecnologia prometida por Paris.
"Todo mundo sabe que uma das exigências do Brasil é ter acesso à tecnologia", afirmou. "Não podemos comprar um avião caça sem possuir a tecnologia e é justamente porque pensamos em produzir uma parte deste avião no Brasil."
O presidente já dera declarações pró-Paris na semana passada. A preferência pelos caças franceses -um negócio que pode chegar até a R$ 10 bilhões- também foi confirmada à Folha pelo ministro Nelson Jobim anteontem. O titular da pasta da Defesa diz que a escolha "faz sentido" no escopo de parceria estratégica.
O acordo que será assinado hoje por Lula e Sarkozy marca a principal parceria militar brasileira desde que o governo Getúlio Vargas apoiou os Aliados na Segunda Guerra Mundial.
O valor da parceria, a ser pago em até 20 anos por meio de financiamentos e desembolsos diretos, equivale ao que está previsto para o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) neste ano.


Com agências internacionais


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