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Discussão para comprar caças da França está avançada, diz Lula
Presidente defende avião Rafale pela transferência tecnológica aceita por Paris
Alan Marques/Folha Imagem
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Presidente Lula recebe o colega francês, Nicolas Sarkozy, que veio ao país assinar acordo militar
DA FOLHA ONLINE
As negociações para a compra pelo Brasil de 36 aviões caça franceses Rafale estão "muito avançadas", confirmou o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, em entrevista à imprensa
francesa veiculada ontem, pouco antes da chegada do presidente Nicolas Sarkozy ao país.
Sarkozy desembarcou em
Brasília no começo da noite de
ontem para assinar acordos de
cooperação militar no valor de
R$ 22,5 bilhões, que envolvem
a compra de helicópteros, submarinos e a construção de uma
base e um estaleiro. Durante a
visita, o francês também acompanhará o desfile de Sete de Setembro na capital federal.
"O que posso dizer é que nossas discussões estão muito
avançadas e penso que chegaremos a bom termo com a
França", afirmou o presidente
ao canal de televisão TV5, à Rádio Francia Internacional e ao
jornal "Le Monde", em entrevista concedida na quarta-feira
passada e divulgada ontem.
"As discussões com o presidente Sarkozy avançam muito
rapidamente. Estamos no bom
caminho, temos uma relação de
confiança", disse.
Lula deu a entender a preferência pelos aviões da francesa
Dassault em relação aos concorrentes, o americano F-18 e o
sueco Gripen, em especial pela
transferência de tecnologia
prometida por Paris.
"Todo mundo sabe que uma
das exigências do Brasil é ter
acesso à tecnologia", afirmou.
"Não podemos comprar um
avião caça sem possuir a tecnologia e é justamente porque
pensamos em produzir uma
parte deste avião no Brasil."
O presidente já dera declarações pró-Paris na semana passada. A preferência pelos caças
franceses -um negócio que pode chegar até a R$ 10 bilhões-
também foi confirmada à Folha pelo ministro Nelson Jobim anteontem. O titular da
pasta da Defesa diz que a escolha "faz sentido" no escopo de
parceria estratégica.
O acordo que será assinado
hoje por Lula e Sarkozy marca a
principal parceria militar brasileira desde que o governo Getúlio Vargas apoiou os Aliados
na Segunda Guerra Mundial.
O valor da parceria, a ser pago em até 20 anos por meio de
financiamentos e desembolsos
diretos, equivale ao que está
previsto para o PAC (Programa
de Aceleração do Crescimento)
neste ano.
Com agências internacionais
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