|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES
Partido usa estratégia de recrutamento 'empresarial' no Congresso
Migrações interpartidárias
reforçam liderança do PFL
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
da Reportagem Local
No bloco governista, as migrações interpartidárias consolidaram o PFL
como maior
partido do Congresso e incharam o PSDB. O PMDB foi o maior
doador de parlamentares, enquanto o PPB, mesmo sem a candidatura presidencial de Maluf,
manteve sua bancada.
Os pefelistas tiveram a estratégia
mais agressiva e, até ontem, contabilizavam 112 deputados federais,
contra 89 eleitos em 1994.
Além disso, o PFL soma 23 senadores (tinha 19 em 1994), cerca de
1.200 prefeitos e 10 mil vereadores.
"Trabalhamos com a filosofia de
uma empresa: ou você cresce, ou
você morre", relata o presidente,
deputado José Jorge (PE).
Vencida a fase de filiações, o PFL
vai começar a organizar a eleição.
Em 11 Estados o partido decidiu ter
candidato a governador. Em 3
(Pernambuco, Distrito Federal e
Roraima), apoiará PSDB e PMDB.
Em São Paulo, dois pefelistas
pleiteiam a candidatura ao governo, Romeu Tuma e Agripino Lima. Porém as bases preferem
apoiar Paulo Maluf (PPB).
No PPB a estratégia foi outra. "O
partido tem de ter bandeiras. Crescer ou não é uma circunstância",
pontifica o presidente da legenda,
senador Esperidião Amin (SC).
Ao contrário de PSDB e PFL, justifica Amin, "não nos especializamos em adquirir passe de deputados. Até porque não temos o que
oferecer".
Até ontem, o partido contabilizava 81 deputados federais, 7 senadores e 645 prefeitos. Os números
equivalem ao de parlamentares
eleitos pelo PP e PPR antes de serem fundidos em uma só sigla.
O PSDB perdeu deputados historicamente ligados ao partido, como Almino Affonso, e ganhou políticos com trajetórias distantes da
social-democracia, como os
ex-governadores Nilo Coelho
(BA), João Castelo (MA) e o general Nilton Cerqueira.
O inchaço, que levou a legenda a
94 deputados federais, provocou
brigas entre lideranças tucanas.
A trajetória do PSDB fica cada
vez mais parecida com a do
PMDB, que cresceu muito quando
era poder, no governo Sarney.
Em São Paulo, por exemplo, a estimativa é que um candidato só se
elegerá deputado federal pela legenda no próximo ano se tiver
mais do que 50 mil votos -fenômeno idêntico ao ocorrido com o
PMDB na eleição de 1994.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|