São Paulo, terça, 7 de outubro de 1997.



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ELEIÇÕES
Partido usa estratégia de recrutamento 'empresarial' no Congresso
Migrações interpartidárias reforçam liderança do PFL

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
da Reportagem Local

No bloco governista, as migrações interpartidárias consolidaram o PFL como maior partido do Congresso e incharam o PSDB. O PMDB foi o maior doador de parlamentares, enquanto o PPB, mesmo sem a candidatura presidencial de Maluf, manteve sua bancada.
Os pefelistas tiveram a estratégia mais agressiva e, até ontem, contabilizavam 112 deputados federais, contra 89 eleitos em 1994.
Além disso, o PFL soma 23 senadores (tinha 19 em 1994), cerca de 1.200 prefeitos e 10 mil vereadores.
"Trabalhamos com a filosofia de uma empresa: ou você cresce, ou você morre", relata o presidente, deputado José Jorge (PE).
Vencida a fase de filiações, o PFL vai começar a organizar a eleição. Em 11 Estados o partido decidiu ter candidato a governador. Em 3 (Pernambuco, Distrito Federal e Roraima), apoiará PSDB e PMDB.
Em São Paulo, dois pefelistas pleiteiam a candidatura ao governo, Romeu Tuma e Agripino Lima. Porém as bases preferem apoiar Paulo Maluf (PPB).
No PPB a estratégia foi outra. "O partido tem de ter bandeiras. Crescer ou não é uma circunstância", pontifica o presidente da legenda, senador Esperidião Amin (SC).
Ao contrário de PSDB e PFL, justifica Amin, "não nos especializamos em adquirir passe de deputados. Até porque não temos o que oferecer".
Até ontem, o partido contabilizava 81 deputados federais, 7 senadores e 645 prefeitos. Os números equivalem ao de parlamentares eleitos pelo PP e PPR antes de serem fundidos em uma só sigla.
O PSDB perdeu deputados historicamente ligados ao partido, como Almino Affonso, e ganhou políticos com trajetórias distantes da social-democracia, como os ex-governadores Nilo Coelho (BA), João Castelo (MA) e o general Nilton Cerqueira.
O inchaço, que levou a legenda a 94 deputados federais, provocou brigas entre lideranças tucanas.
A trajetória do PSDB fica cada vez mais parecida com a do PMDB, que cresceu muito quando era poder, no governo Sarney.
Em São Paulo, por exemplo, a estimativa é que um candidato só se elegerá deputado federal pela legenda no próximo ano se tiver mais do que 50 mil votos -fenômeno idêntico ao ocorrido com o PMDB na eleição de 1994.



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