São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2004

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Governador peemedebista declara acordo com candidato José Fogaça, que disputa prefeitura gaúcha com petista Raul Pont

Rigotto abandona neutralidade e apóia PPS

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Depois de se manter neutro durante o primeiro turno, o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), declarou ontem apoio ao candidato José Fogaça (PPS) nas eleições para a Prefeitura de Porto Alegre. Fogaça disputa o segundo turno com o petista Raul Pont.
A declaração de apoio ocorreu ontem à tarde, em encontro com Fogaça, que durou mais de uma hora, no Palácio Piratini (sede do governo gaúcho). O acerto entre os dois já havia ocorrido no último domingo.
"Minha relação com Fogaça é antiga. No primeiro turno, não havia como apoiar alguém. É também uma retribuição ao apoio que o PPS deu para minha candidatura no segundo turno [em 2002]", afirmou Rigotto.
Ele disse que já discutiu com o candidato do PPS iniciativas para tirar crianças das ruas, colocar mais câmeras na cidade para diminuir a delinqüência e revitalizar o cais do porto.
Fogaça, que se recusa a definir sua candidatura como uma frente anti-PT, comentou que "a idéia da mudança está sendo vitoriosa". Ele trocou o PMDB pelo PPS em 2001. Na época, Rigotto quase se juntou ao grupo liderado pelo ex-governador Antônio Britto (1995-1998), que também ingressou no PPS.
Um dos governadores mais alinhados ao governo federal quando foram votados projetos de reforma -especialmente no caso da tributária-, Rigotto mantém divergências com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em assuntos como dívidas dos Estados com a União e demora para aprovação de legislação que regule o plantio de soja transgênica.
Rigotto, porém, sustenta que sua decisão de apoiar o PPS no segundo turno não tem relação com o governo petista de Lula. "Acho que o governo federal vai compreender isso. O meu apoio à eleição municipal de Porto Alegre não tem nada a ver minha posição quanto a questões federais." Ele deverá participar de programas de rádio e TV e até de comícios e atos públicos em favor de Fogaça.
No PT, o objetivo é ainda buscar adesões nas bases do PMDB e do PDT. "O apoio do governador só mostra que Fogaça não vai manter o orçamento participativo", afirmou Pont. O candidato do PPS tem dito que vai manter o orçamento participativo. Mas, no Estado, Rigotto trocou o orçamento participativo por outras formas de consulta popular.


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