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OUTRAS CIDADES
Governador peemedebista declara acordo com candidato José Fogaça, que disputa prefeitura gaúcha com petista Raul Pont
Rigotto abandona neutralidade e apóia PPS
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
Depois de se manter neutro durante o primeiro turno, o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), declarou
ontem apoio ao candidato José
Fogaça (PPS) nas eleições para a
Prefeitura de Porto Alegre. Fogaça disputa o segundo turno com o
petista Raul Pont.
A declaração de apoio ocorreu
ontem à tarde, em encontro com
Fogaça, que durou mais de uma
hora, no Palácio Piratini (sede do
governo gaúcho). O acerto entre
os dois já havia ocorrido no último domingo.
"Minha relação com Fogaça é
antiga. No primeiro turno, não
havia como apoiar alguém. É
também uma retribuição ao
apoio que o PPS deu para minha
candidatura no segundo turno
[em 2002]", afirmou Rigotto.
Ele disse que já discutiu com o
candidato do PPS iniciativas para
tirar crianças das ruas, colocar
mais câmeras na cidade para diminuir a delinqüência e revitalizar o cais do porto.
Fogaça, que se recusa a definir
sua candidatura como uma frente
anti-PT, comentou que "a idéia
da mudança está sendo vitoriosa". Ele trocou o PMDB pelo PPS
em 2001. Na época, Rigotto quase
se juntou ao grupo liderado pelo
ex-governador Antônio Britto
(1995-1998), que também ingressou no PPS.
Um dos governadores mais alinhados ao governo federal quando foram votados projetos de reforma -especialmente no caso
da tributária-, Rigotto mantém
divergências com o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva em assuntos como dívidas dos Estados
com a União e demora para aprovação de legislação que regule o
plantio de soja transgênica.
Rigotto, porém, sustenta que
sua decisão de apoiar o PPS no segundo turno não tem relação com
o governo petista de Lula. "Acho
que o governo federal vai compreender isso. O meu apoio à eleição municipal de Porto Alegre
não tem nada a ver minha posição
quanto a questões federais." Ele
deverá participar de programas
de rádio e TV e até de comícios e
atos públicos em favor de Fogaça.
No PT, o objetivo é ainda buscar
adesões nas bases do PMDB e do
PDT. "O apoio do governador só
mostra que Fogaça não vai manter o orçamento participativo",
afirmou Pont. O candidato do
PPS tem dito que vai manter o orçamento participativo. Mas, no
Estado, Rigotto trocou o orçamento participativo por outras
formas de consulta popular.
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