São Paulo, quinta-feira, 07 de outubro de 2004

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União no 2º turno não evita embaraço no PT

KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O discurso de união do PT não foi suficiente para evitar uma saia justa entre os petistas que foram fiéis à candidatura de Luizianne Lins à Prefeitura de Fortaleza desde o primeiro turno e o grupo que a abandonou para apoiar Inácio Arruda (PC do B).
Ontem à tarde, em ato que marcava a unificação do PT em Fortaleza para o segundo turno, o deputado federal João Alfredo Teles, um dos principais defensores da candidatura da petista, cobrou um pedido de desculpas dos demais, o que não aconteceu. "Tenho o direito de fazer esse desabafo, porque a militância tem de ser desagravada. Eles estão devendo um pedido de desculpas."
A resposta, em tom ríspido, veio do deputado estadual José Nobre Guimarães, irmão do presidente nacional do partido, José Genoino, e um dos nomes fortes do PT cearense que preferiram ficar com Inácio no primeiro turno. "Não buscaremos aliados com arrogância ou xingando este ou aquele", disse. "Não é o momento de avaliar o passado."
Em entrevista, Guimarães disse não se arrepender de ter apoiado Inácio. Mas admitiu ter feito avaliação errada de que Luizianne não teria chances de vencer.
Foi Luizianne quem botou panos quentes na discussão, ao afirmar que estava com saudade dos ausentes e que precisava da união do partido para vencer.
A petista chega ao segundo turno sem ter contado com nenhum apoio político nem financeiro do PT nacional. "Parece que deixei de ser a "Gata Borralheira'", disse.
Hoje, a candidata segue para São Paulo para uma reunião com dirigentes do PT, em que estarão outros candidatos petistas que chegaram ao segundo turno.
"Vamos trazer a Fortaleza o presidente Lula, o [ministro] José Dirceu [Casa Civil], o Genoino, todo mundo que for necessário, porque o mais importante é a demonstração desse apoio político", disse Guimarães. Tanto Lula como Dirceu e Genoino apoiaram Inácio no primeiro turno.
Além do apoio de petistas, Luizianne esteve ontem na Câmara Municipal para conversar com vereadores de outros partidos.
Na campanha de Moroni, ontem foi dia de negociações individuais, mas sem aliança formalizada. No primeiro turno, Moroni contou só com o apoio do PAN.


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