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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
História oficial
Na véspera do primeiro debate Lula x Alckmin, as cúpulas do PT e do governo finalizam nos bastidores uma explicação para o R$ 1,7mi que pagaria o dossiê contra José Serra. O ponto de partida da versão oficial é observação ouvida nos últimos dias de três ministros de Lula: "comprar informação é crime".
Vencida essa etapa, o fator que poderia complicar a situação dos "aloprados" seria a origem do dinheiro.
Por isso, cresce a possibilidade de que o PT anuncie, nos próximos dias, que ele veio do caixa 1 do partido.
Ainda há arestas a aparar nessa, a primeira dela sendo: se era tão simples, por que foram necessárias quatro semanas para colocar a história em pé?
Ajuste fino. A opção de declarar que o dinheiro saiu do
caixa oficial do PT, e não de
uma campanha, se deve ao fato de a Justiça Eleitoral não
permitir doações em dinheiro
para candidatos, nem de pessoas físicas nem de jurídicas.
Nó. A explicação da origem
dos dólares que integravam o
dinheiro reunido para pagar o
dossiê é outro problema.
Quem assumir a doação terá
de provar que mantinha a
moeda norte-americana em
caixa, declarada no IR.
Fui eu. Antes de se desfiliar
do PT, Hamilton Lacerda admitiu a companheiros ter
mesmo levado o dinheiro para os negociadores do dossiê.
No partido, foi apelidado de
"mula", em referência aos
transportadores do tráfico.
Prorrogação. Na reunião
da Executiva Nacional, Ricardo Berzoini chegou a pedir
"um tempo" até segunda para
pensar melhor sobre seu futuro na presidência do PT. A
idéia foi rapidamente rechaçada pela esquerda da sigla.
No muro. Novo presidente
do PT, Marco Aurélio Garcia
evitou ser taxativo ao falar de
Berzoini na reunião. O mesmo fez o líder do governo na
Câmara, Arlindo Chinaglia.
Vai ou não vai? A campanha de Lula não mandou
representante na negociação
de regras do debate da TV Gazeta, ontem em São Paulo. O
embate será no dia 17. O QG
lulista também não respondeu se ele irá ao "Roda Viva".
Infantaria. Sérgio Guerra
destacou três senadores -os
tucanos Arthur Virgílio e Álvaro Dias e o pefelista Agripino Maia- para rebater aos
ataques de aliados de Lula. O
coordenador da campanha de
Geraldo Alckmin quer ainda
quatro deputados na função.
Intermediário 1. Antes
de se unir ao PAN, o PTB de
Roberto Jefferson tinha
pronto um outro movimento
para cumprir a cláusula de
barreira: a fusão com o PSC,
abortada na última hora por
intervenção de Valdemar
Costa Neto (PL).
Intermediário 2. Na véspera da fusão PTB-PSC, Valdemar ofereceu à sigla nanica
cargos no eventual segundo
mandato de Lula e ajuda para
saldar dívidas de campanha.
O mensaleiro reeleito disse
falar em nome do governo.
Jefferson já anunciou que pedirá a cassação de Valdemar
no início da nova legislatura.
Comunhão de bens. PV
e PPS organizam um colóquio
para discutir as bases da possível fusão das duas siglas,
também para atingir o patamar da cláusula de barreira.
Isca. Enquanto Roberto Requião vive momento hamletiano sobre apoiar ou não Lula, seu vice, Orlando Pessuti, e
o secretário-geral do PMDB-PR, Luiz Cláudio Romanelli,
prometem embarcar na campanha do presidente segunda.
Na rede. Derrotado na disputa para o governo do Rio,
Eduardo Paes (PSDB) desconversa sobre seu futuro político e aproveita para alfinetar o prefeito Cesar Maia
(PFL), autor de um boletim
virtual diário. "Criarei um ex-futuro blog e colocarei lá tudo
o que faria como governador."
Tiroteio
"As companhias de Alckmin nesta semana
compõem um álbum de retratos de derrubar
qualquer candidato. É bom ver que
eles também têm seus tabajaras."
Da líder do PT no Senado, IDELI SALVATTI (PT-SC), sobre as aparições do
presidenciável tucano ao lado de Anthony Garotinho, ACM e Ivo Cassol
na primeira semana da campanha do segundo turno.
Contraponto
Que fase!
Um assessor de Celso Giglio (PSDB) chamou a atenção
dos colegas nesta eleição por conta dos toques que utilizava no celular. Tesoureiro da campanha a deputado estadual do ex-prefeito de Osasco, Francisco Rocha programou a música "Aleluia, Aleluia..." quando a chamada vinha de algum empresário disposto a contribuir. Quando
se tratava de fornecedor querendo receber, o toque mudava: o telefone soava com o sinal de ocupado.
Durante reunião da coordenação da campanha, seu celular não parava de tocar, sempre com o sinal de ocupado.
Cansado, Giglio interrompeu a conversa e desabafou:
-Chico, por favor. Isso aí desanima qualquer um...
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