São Paulo, domingo, 07 de outubro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE painel@uol.com.br

Por que Dilma

Um PhD em Lula aponta as duas razões que levam o presidente a dar corda à opção Dilma Rousseff para 2010. O movimento, em primeiro lugar, acalma o PT, que a esta distância da eleição está menos interessado em impor um nome do que em receber alguma sinalização de bênção lulista a um candidato do partido.
Estimular a ministra da Casa Civil também significa jogar os holofotes sobre o PAC, a grande aposta do segundo mandato. Tarso Genro (Justiça), além de não oferecer agenda comparável a essa, mais cria do que resolve problemas no PT. Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) é, ao menos por ora, apenas um nome numa lista. E Marta Suplicy (Turismo) é vista hoje prioritariamente como candidata à Prefeitura de São Paulo. Ou ao governo estadual. Ou às duas coisas.

Blindada. Um pesquiseiro com muitas eleições no currículo acha que Dilma seria, entre os possíveis candidatos petistas, a que mais trabalho daria a José Serra. A "gerente do PAC" não teria por que se intimidar com a "capacidade administrativa" do governador. Que, até por questão de gênero, estaria impedido de pegar pesado com a ministra.

Vai encarar? Quanto a Aécio Neves, o outro presidenciável tucano, Dilma deixou claro, ao malhar o conceito de "choque de gestão" na sabatina da Folha, que ele pode vir quente que ela está fervendo.

Curto prazo. A despeito de suas declarações confiantes, Lula sabe que somente um milagre uniria a base aliada em torno de um candidato já no primeiro turno. "Ele faz o discurso da unidade em 2010 para garantir a unidade agora", analisa um colaborador.

Pano rápido. Na terça-feira, durante reunião no Planalto para ressuscitar o Ministério do Longo Prazo, Mangabeira Unger propôs que a pasta estendesse seus domínios, além do Ipea e do NAE, sobre o IBGE e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Os presentes fizeram cara de paisagem e passaram ao assunto seguinte da pauta.

Organograma. Leopoldo Nunes, hoje diretor da Ancine, deixará o cargo para assumir a direção de conteúdo da TV pública que o governo planeja lançar em dezembro.

Estamos aí. Funcionários administrativos do Senado, que trabalham sob as ordens do diretor-geral Agaciel Maia, disseram a parlamentares que estão dispostos a relatar ao Conselho de Ética ordens que teriam recebido para procurar irregularidades nas prestações de contas de adversários de Renan Calheiros.

Xeque. PSDB, DEM, PDT, PSB e PT estudam indicar ao presidente do Conselho de Ética, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), o nome de Augusto Botelho (PT-RR) para relatar a representação contra o presidente do Senado que trata do uso de laranjas na compra de rádios em Alagoas.

Photoshop. Quem abre a página de Wellington Salgado (PMDB-MG) no site do Senado se depara com uma foto em que o cabeludo senador está de madeixas curtas. Questionado, confidencia: "É a de que a minha mãe mais gosta".

Lado bom. Líderes da base que tentam driblar a fidelidade partidária imposta pelo STF viram ao menos uma vantagem na decisão: terão instrumento poderoso -a expulsão- contra quem desobedecer ordens da direção.

Cilada. Roberto Freire convenceu Soninha a mudar do PT para o PPS. Depois, defendeu a fidelidade no Supremo. "Ela foi vítima de aliciamento imperfeito", diz João Antonio, secretário geral dos petistas paulistas, sobre as chances de a vereadora, que quer ser prefeita, perder o mandato.

Aliados. O vereador José Américo será candidato ao comando do PT paulistano, que coordenará a campanha na cidade em 2008. Terá apoio de Marta Suplicy e José Dirceu.

Tiroteio

O presidente do Senado precisa atentar para o 2º mandamento e deixar de atribuir a Deus o que é de responsabilidade do homem.


De dom PEDRO LUIZ STRINGHINI , presidente das pastorais sociais da CNBB, sobre Renan Calheiros, que vira-e-mexe contabiliza o Todo Poderoso entre seus apoiadores.

Contraponto

Tudo menos isso

Na campanha eleitoral de 2002, o então governador do Acre, Jorge Viana, fez uma viagem pelo interior do vizinho Amazonas em busca de votos para candidatos a deputado do PT. No município de Boca do Acre, o prefeito Ivan Lima (PPS) abriu a série de discursos:
-Quero homenagear o deputado estadual Sinésio Campos, um amigo com quem, nos tempos de colégio agrícola, eu dividia tudo: despesas, alegrias e tristezas...
Viana não se conteve:
-Dividiam a cama também?
O prefeito foi rápido:
-A cama nunca! É lá que começa a traição!


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