SIMONE IGLESIAS
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de participar diretamente no primeiro turno de apenas nove campanhas, nas quais o desempenho de seus aliados ficou aquém do esperado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva começou a avaliar em quais palanques subirá até o dia 26. Por ora, está decidido que fará campanha em São Paulo e São Bernardo do Campo a favor, respectivamente, dos petistas e ex-ministros Marta Suplicy e Luiz Marinho.
Segundo um ministro, Lula não se matará nem se omitirá. O presidente também não quer dar maior dimensão ao ingrediente nacional da eleição paulistana, na qual Marta enfrenta o prefeito Gilberto Kassab (DEM). O prefeito é apadrinhado pelo governador e presidenciável José Serra (PSDB).
Lula está decidido a voltar à capital e a São Bernardo no próximo fim de semana. Mas enfrenta desde ontem pedidos de mais 13 petistas que estão disputando o segundo turno.
Em reunião pela manhã com alguns assessores diretos, disse que ainda não se definiu e que evitará aparecer em cidades onde há confronto direto entre candidatos de partidos da base. No final da tarde, com aliados, fez brincadeiras, dizendo, por exemplo, que o PC do B teve um "crescimento de 300%".
Lula não fará campanha no Rio, o que é notícia ruim para Eduardo Paes, candidato do PMDB e do governador Sérgio Cabral, que é aliado de Lula. É uma boa notícia para Fernando Gabeira (PV). Paes hoje é governista, mas foi duro crítico de Lula no mensalão. Gabeira é candidato da oposição, mas tem laços com a esquerda.
Salvador e Porto Alegre, onde PT e PMDB se enfrentam no segundo turno, também não deverão receber Lula. O prefeito João Henrique (PMDB) tenta a reeleição na capital baiana contra o deputado federal Walter Pinheiro. Em Porto Alegre, o prefeito, José Fogaça (PMDB), enfrenta a deputada Maria do Rosário. A mesma lógica deverá deixar Lula longe de Belo Horizonte, onde a disputa se dá entre Marcio Lacerda (PSB), apoiado pelo PT, e Leonardo Quintão (PMDB).
Das 1.634 cidades em que o PT tinha candidato, Lula foi a nove -Natal e oito em São Paulo. Só em duas houve vitória no primeiro turno: Emídio de Souza, em Osasco, e Mário Reali, Diadema. A única aposta fora de São Paulo, Fátima Bezerra (PT), acabou se tornando derrota pessoal. Um de seus maiores desafetos, o senador Agripino Maia (DEM) elegeu sua candidata, Micarla de Sousa (PV).


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