São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2008

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Sob comando de Serra, PSDB anuncia hoje apoio a Kassab

Governador deve aparecer no programa de TV do prefeito já a partir de amanhã

Sem perspectiva de novas alianças, Marta Suplicy diz que, a essa altura, acordos partidários não influenciam comportamento do eleitor


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sob a direção do governador José Serra, o PSDB adotou rito sumário para a costura do apoio à candidatura de Gilberto Kassab (DEM). O anúncio oficial acontece hoje, às 13h, com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O ex-governador Geraldo Alckmin não participará.
Com a decisão, Kassab poderá exibir depoimento de Serra em seu programa de TV já a partir de amanhã. A gravação de Serra já está programada.
Além disso, a estrutura dos comitês do PSDB ficará à disposição da campanha de Kassab.
Graças a intervenção do presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), o Diretório Municipal aprovou, na noite de ontem, o apoio a Kassab.
Sem perspectiva de fechar novas alianças, Marta Suplicy (PT) minimizou a movimentação, alegando que apoio partidário, a essa altura, não influencia o eleitor. A reunião de hoje foi convocada pelo presidente estadual do PSDB, Mendes Thame, já na noite de domingo. O cronograma foi definido com Guerra e o presidente municipal, José Henrique Reis Lobo.
Além de não participar do ato de hoje, Alckmin deverá viajar durante o segundo turno para o México, onde vive seu filho.
No Palácio dos Bandeirantes, a avaliação é que não se deve perpetuar o desgaste sofrido no primeiro turno. "Queremos fazer isso rapidamente para evitar desgaste", disse Thame. A pedido de Serra, Lobo disse a deputados alckmistas que eles não sofrerão retaliações.
Dois deles serão chamados para uma reunião com o governador. Ficou também combinado que os pedidos de expulsão de kassabistas ficarão para depois.
Ainda assim, a reunião deixou evidentes as mágoas herdadas do primeiro turno. Coordenador de campanha de Alckmin, Edson Aparecido apoiou a expulsão dos tucanos kassabistas.
Líder do PSDB na Câmara, José Aníbal disse que as feridas permanecerão abertas caso os kassabistas não sejam punidos.
Ontem, num almoço com o comando nacional do DEM, Kassab pediu que o partido não interviesse na discussão interna do PSDB. No almoço, Kassab recomendou que se deixasse a negociação nas mãos de Serra e do chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira.
A direção nacional do DEM ficou encarregada de divulgar nota de apoio ao PSDB em todas as cidades do país. O gesto -programado para hoje- foi antecipado a pedido de Kassab.
Marta Suplicy minimizou a negociação de alianças. "Cúpula de partido não resolve voto do eleitor. Estou na Cidade Tiradentes [extremo leste], o eleitor daqui não está interessado em quem apóia quem, está interessado em quem vai resolver o problema do hospital Tiradentes aqui do lado."
Marta afirmou que ligou ainda no domingo para Alckmin para "parabenizá-lo pela elegância e pela ética": "Porque ele enfrentou as adversidades que enfrentou", disse ela, que já faz alguns dias vem lançando afagos ao eleitorado tucano.
Encarregado da costura de aliança à candidatura de Kassab, o democrata Guilherme Afif se reúne hoje com o presidente municipal do PPS, Carlos Fernandes. A idéia é que o partido anuncie apoio a Kassab na quarta, após reunião com a candidata derrotada, Soninha.


Colaborou RANIER BRAGON, em São Paulo


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