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Câmara de SP registra renovação de 29%, a menor em décadas
São eleitos apenas 16 novos vereadores em relação à bancada atual, de 55 parlamentares; em 2004, foram 25 caras novas
Para especialista, taxa de renovação flutua, sendo maior em período de grande "descrédito", como em 2000, durante a máfia dos fiscais
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Em uma eleição com a publicidade praticamente proibida,
sem showmícios, outdoors e
muros, a Câmara Municipal de
São Paulo terá sua menor renovação nas últimas décadas.
A partir de 1º de janeiro, serão apenas 16 novos vereadores
em relação à bancada atual,
29,09% do total. Em 2004, saíram das urnas 25 caras novas,
45,45% das cadeiras. A menor
renovação havia sido em 1996
-35 se reelegeram, garantindo
uma renovação de 36,36%.
"Para a insatisfação que se
tem com a política, [a renovação] me parece pouco", afirmou Carlos Melo, cientista político e professor do Ibmec-SP.
Se compararmos os eleitos
anteontem com quem tomou
posse há quatro anos, o percentual de renovação sobe um pouco: 30,91%, ou 17 caras novas.
Em 2004, o índice foi de 52,7%.
Rui Tavares Maluf, da Escola
de Sociologia e Política, já
apontava, em sua tese de doutorado, "A Carreira Política na
Câmara Municipal de São Paulo", defendida em 2006, que havia uma tendência de queda na
renovação dos quadros do Legislativo paulistano. Ele analisou números desde 1982.
Para Fernando Azevedo, da
UFSCar (Universidade Federal
de São Carlos), o percentual de
renovação na capital não foi
surpreendente. "Essa taxa flutua ao longo dos períodos eleitorais. Em períodos de grandes
descréditos, com escândalos, a
taxa é de aproximadamente
60%", afirmou. Foi assim em
2000, quando vereadores estavam envolvidos nas investigações da máfia dos fiscais.
Quem mais trouxe caras novas à Câmara foi a coligação de
Marta Suplicy, com cinco novos nomes (três do PT e dois do
PC do B). O PSDB terá três novos parlamentares, incluindo o
mais votado, Gabriel Chalita. O
DEM, de Gilberto Kassab, e o
PP, de Paulo Maluf, renovaram
duas cadeiras cada um.
O quadro eleitoral mostrou
um crescimento do PSDB, que,
ao contrário das projeções, ganhou uma cadeira e terá 13 vereadores. Já o PT terá um vereador a menos. A cadeira foi
"cedida" ao PC do B, que sai de
zero para dois parlamentares.
Diante dessa realidade, fica
claro que tanto Kassab quanto
Marta não terão dificuldades
com a Câmara, seja quem for o
eleito. "A Câmara não tem uma
tradição de rigidez ideológica.
Há uma barganha entre vereadores e prefeitura. O prefeito
irá governar com facilidade",
afirmou Fernando Azevedo.
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