São Paulo, terça-feira, 07 de outubro de 2008

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Centrão recomenda "humildade" aos novatos

Democrata do grupo majoritário da Câmara diz que antigos vereadores estão na Casa "por competência, não por cantar'

Chalita, parlamentar mais votado, diz que Legislativo carece de legitimidade; centrão domina votações na Casa com 20 vereadores


CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Veteranos na Câmara Municipal de São Paulo e membros do centrão, os vereadores Goulart (PMDB) e Milton Leite (DEM) lamentam a saída de vários colegas que não foram reeleitos e alertam os estreantes na Casa para terem humildade e respeito. "A expectativa é que as pessoas venham para somar.
Tem que ter muita humildade, vontade e militância", diz Goulart, que foi o segundo vereador mais votado, com 90.054 votos.
O centrão é um grupo que reúne 20 vereadores de PR, PV, PTB, DEM, PP, PSB e PMDB, que atuam de forma decisiva na votação de projetos. Seu apoio é fundamental para o Executivo conseguir governar. Para Milton Leite, o vereador mais bem votado entre os democratas, com 80.051 votos, há uma diferença entre antigos e novos.
"Nós temos uma folha de serviços prestados para a sociedade. A gente tá aqui por competência, não por estar cantando para o povo", afirma Leite, em referência ao cantor e apresentador Netinho de Paula (PC do B), terceiro vereador mais votado, com 84.406 votos.
Estreante na Câmara, Gabriel Chalita teme ter que lidar com uma Câmara Municipal engessada. "Todo mundo fala que vou sofrer muito", diz ele, para quem o atual Legislativo carece de legitimidade. "Para ganhar legitimidade, [vereadores] devem se aproximar da sociedade civil."
Para Netinho, as restrições beneficiaram os veteranos. "Acredito que a Justiça Eleitoral vá fazer uma grande reflexão. Essa campanha foi feita para quem estava no poder." O apresentador de TV acha que "vereador não tem muita força para fazer" e mira 2010. "Para as pretensões que tenho, que é de [uma vaga no] Senado, vou ter que fazer o máximo agora."
O ex-secretário de Educação de Geraldo Alckmin (PSDB) não descarta trabalhar no próximo Executivo paulistano, caso haja convite.
"Não digo que recusaria [um convite], a não ser que o partido resolvesse ocupar, se fosse um pedido partidário. Mas preferiria ficar na Câmara", disse à Folha. Líder com 102.048 votos, DEM e PSDB, juntos, têm 20 vereadores. Entre perdas e ganhos, o PT perdeu um vereador (passou de 12 para 11). Saíram Beto Custódio, Paulo Fiorilo (ex-chefe-de-gabinete da Marta), Neder e Claudete Alves.
Entraram Juliana Cardoso (ligada ao Adriano Diogo), Alfredinho (líder comunitário na zona sul) e Italo Cardoso. O PSDB cresceu de 12 para 13 vereadores. Saíram José Rolim e Tião Farias e entraram Chalita, Floriano Pesaro e Souza Santos (pastor da Universal).
O DEM manteve os 7. Perdeu Lenice Lemos e Mario Dias, que não se candidatou. Ganhou Marco Aurélio Cunha, do São Paulo, e Sandra Tadeu Mudales, mulher do deputado Jorge Tadeu. O PR ficou com 5. Perdeu Ademir da Guia e ganhou Marcos Cintra.
O PP perdeu 1 vereador (caiu de 3 para 2). Saíram Russomanno (irmão do Celso) e Jorge Borges (da Universal). Entrou outro evangélico, Missionário José Olimpio. Wadih Mutran ficou. PTB tinha 4, elegeu 3. Perdeu o vereador Farhat, o advogado do Ratinho. Das figuras mais tradicionais da Câmara, só Myryam Athiê ficou fora. O PDT reelegeu 1 (Claudio Prado, ligado ao Paulinho) e perdeu 1 (Myryam Athiê).


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