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Centrão recomenda "humildade" aos novatos
Democrata do grupo majoritário da Câmara diz que antigos vereadores estão na Casa "por competência, não por cantar'
Chalita, parlamentar mais votado, diz que Legislativo carece de legitimidade; centrão domina votações
na Casa com 20 vereadores
CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
EVANDRO SPINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Veteranos na Câmara Municipal de São Paulo e membros
do centrão, os vereadores Goulart (PMDB) e Milton Leite
(DEM) lamentam a saída de vários colegas que não foram reeleitos e alertam os estreantes
na Casa para terem humildade
e respeito. "A expectativa é que
as pessoas venham para somar.
Tem que ter muita humildade,
vontade e militância", diz Goulart, que foi o segundo vereador
mais votado, com 90.054 votos.
O centrão é um grupo que
reúne 20 vereadores de PR, PV,
PTB, DEM, PP, PSB e PMDB,
que atuam de forma decisiva na
votação de projetos. Seu apoio é
fundamental para o Executivo
conseguir governar. Para Milton Leite, o vereador mais bem
votado entre os democratas,
com 80.051 votos, há uma diferença entre antigos e novos.
"Nós temos uma folha de serviços prestados para a sociedade. A gente tá aqui por competência, não por estar cantando
para o povo", afirma Leite, em
referência ao cantor e apresentador Netinho de Paula (PC do
B), terceiro vereador mais votado, com 84.406 votos.
Estreante na Câmara, Gabriel Chalita teme ter que lidar
com uma Câmara Municipal
engessada. "Todo mundo fala
que vou sofrer muito", diz ele,
para quem o atual Legislativo
carece de legitimidade. "Para
ganhar legitimidade, [vereadores] devem se aproximar da sociedade civil."
Para Netinho, as restrições
beneficiaram os veteranos.
"Acredito que a Justiça Eleitoral vá fazer uma grande reflexão. Essa campanha foi feita
para quem estava no poder." O
apresentador de TV acha que
"vereador não tem muita força
para fazer" e mira 2010. "Para
as pretensões que tenho, que é
de [uma vaga no] Senado, vou
ter que fazer o máximo agora."
O ex-secretário de Educação
de Geraldo Alckmin (PSDB)
não descarta trabalhar no próximo Executivo paulistano, caso haja convite.
"Não digo que recusaria [um
convite], a não ser que o partido
resolvesse ocupar, se fosse um
pedido partidário. Mas preferiria ficar na Câmara", disse à Folha. Líder com 102.048 votos,
DEM e PSDB, juntos, têm 20
vereadores. Entre perdas e ganhos, o PT perdeu um vereador
(passou de 12 para 11). Saíram
Beto Custódio, Paulo Fiorilo
(ex-chefe-de-gabinete da Marta), Neder e Claudete Alves.
Entraram Juliana Cardoso
(ligada ao Adriano Diogo), Alfredinho (líder comunitário na
zona sul) e Italo Cardoso. O
PSDB cresceu de 12 para 13 vereadores. Saíram José Rolim e
Tião Farias e entraram Chalita,
Floriano Pesaro e Souza Santos
(pastor da Universal).
O DEM manteve os 7. Perdeu
Lenice Lemos e Mario Dias,
que não se candidatou. Ganhou
Marco Aurélio Cunha, do São
Paulo, e Sandra Tadeu Mudales, mulher do deputado Jorge
Tadeu. O PR ficou com 5. Perdeu Ademir da Guia e ganhou
Marcos Cintra.
O PP perdeu 1 vereador (caiu
de 3 para 2). Saíram Russomanno (irmão do Celso) e Jorge
Borges (da Universal). Entrou
outro evangélico, Missionário
José Olimpio. Wadih Mutran
ficou. PTB tinha 4, elegeu 3.
Perdeu o vereador Farhat, o advogado do Ratinho. Das figuras
mais tradicionais da Câmara,
só Myryam Athiê ficou fora. O
PDT reelegeu 1 (Claudio Prado,
ligado ao Paulinho) e perdeu 1
(Myryam Athiê).
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