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REGIME MILITAR
Tesoureiro do PCB foi morto após prisão em 74
União fracassa ao tentar anular sentença de indenização a viúva
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A União fracassou na tentativa
de anular no STJ (Superior Tribunal de Justiça) sentença em que
foi condenada a pagar indenização a Odette Roselli Garcia Maranhão, viúva de Luiz Ignácio Maranhão Filho, morto depois de prisão em 1974 motivada por atividade política.
O governo havia movido um recurso sustentando que a família
dele teria apresentado o pedido
de indenização fora do prazo legal: cinco anos após o desaparecimento.A família argumentou que
a morte nunca foi oficialmente reconhecida e que a ação foi proposta em abril de 1993, após sua
confirmação por meio de uma reportagem da revista "Veja".
Os cinco ministros da 2ª turma
do STJ, que julgou o recurso, consideraram que não havia prescrição da causa por inexistência de
reconhecimento da morte pelo
Estado e mantiveram a condenação. Eles negaram recurso da viúva para aumentar a indenização.
O valor ainda será calculado. Ele
corresponderá a Cr$ 100 milhões,
em valores de 1994, e será corrigido monetariamente.
Maranhão Filho era tesoureiro
do PCB (Partido Comunista Brasileiro) e foi preso em 1974, mas a
família só obteve a confirmação
da morte em 1992, quando a revista "Veja" publicou uma reportagem em que o ex-sargento Marival Dias Chaves relatou as circunstâncias, conforme o processo. Segundo o relato de Chaves,
que havia trabalhado como agente do Doi-Codi (órgão de repressão militar), Maranhão Filho foi
morto com uma injeção utilizada
para matar cavalos, após tortura.
Antes de saber da morte, a viúva
pediu ajuda a várias autoridades.
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