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QUESTÃO INDÍGENA
Cinco já morreram em razão de doença
Epidemia de catapora atinge mais de 200 índios arauetés no Pará
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
Cinco índios arauetés morreram nos últimos dias por causa de
epidemia de catapora que atinge
cerca de 70% dos 274 índios da aldeia Ipixuna, em Altamira (PA).
Outros 22 índios atingidos com
gravidade pela doença estão internados no hospital São Rafael e
na Casa do Índio de Altamira (771
km a sudoeste de Belém e cerca de
1.000 km ao norte da aldeia).
Morreram três idosas, uma recém-nascida e um homem de 40
anos pela combinação entre o
agravamento da doença e problemas respiratórios.
"A catapora acabou baixando a
resistência dessas pessoas, que já
tinham problemas respiratórios
comuns aos arauetés, fruto de
costumes como dormir ao relento
e falta de uma alimentação adequada", disse Tereza Fialho, chefe
do Distrito Sanitário Especial Indígena da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) em Altamira.
Fialho afirmou que, em vários
casos, houve complicações porque os índios usaram espinhos
para estourar as bolhas de catapora, o que infeccionou as feridas.
Segundo a funcionária, várias
tribos das 12 reservas indígenas
de Altamira sofreram surtos de
catapora, mas houve mortes apenas entre os arauetés.
Para Marco Antonio Reis, do
Cimi (Conselho Indigenista Missionário) de Altamira, a Funasa
demorou para socorrer os índios.
"Os casos de catapora na região
estão acontecendo desde julho."
O procurador da República Felício Pontes Júnior pediu a abertura de inquérito para apurar os
responsáveis. Fialho disse que a
Funasa vinha acompanhando o
surto de catapora e que não houve
displicência.
(LUÍS INDRIUNAS)
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