São Paulo, quarta-feira, 07 de novembro de 2001

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CAIXA DE CAMPANHA

Taniguchi é o 3º prefeito aliado envolvido em suspeitas

Acusação contra "afilhado" prejudica ambição de Lerner

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA

A descoberta de um livro-caixa paralelo na campanha de Cassio Taniguchi à Prefeitura de Curitiba no ano passado é mais um golpe nas ambições políticas do governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL). Taniguchi, principal nome do PFL para a sucessão do governador, é o terceiro prefeito aliado de Lerner a se envolver em acusações de irregularidades. Antes foram afastados por acusações de corrupção Antonio Belinati (Londrina) e Jairo Gianoto (Maringá).
Escândalos na base aliada e acusações de desvios de recursos na administração, além de confrontos de rua contra a privatização da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica), já haviam minado a expectativa de Lerner de disputar uma chapa presidencial representando o PFL.
Lerner chegou a articular com o governador cearense, Tasso Jereissati, uma dobradinha PSDB-PFL, mas viu o nome da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL), ser lançado e avançar com sucesso nas pesquisas.
Acusações de corrupção contra aliados tiraram do grupo de Lerner o comando das cinco principais cidades do interior nas eleições municipais de 2000. Londrina, Maringá e Ponta Grossa elegeram prefeitos petistas. Foz do Iguaçu (PMDB) e Cascavel (PDT) também foram para a oposição.

Silêncio
Desde as primeiras acusações contra sua administração, Lerner adotou a atitude de evitar comentar as acusações. A informação na sede do governo é que as investigações estão em andamento e só haverá pronunciamento oficial depois de decisão judicial.
Lerner se manteve alheio também aos problemas enfrentados por aliados. Isso resultou em um distanciamento entre Lerner e sua vice, Emília Belinati (PTB). A Agência Folha apurou que até hoje a vice não perdoa o fato de o governador não ter saído em defesa de seu marido, Antonio Belinati, cassado em junho de 2000.

Bornhausen
O presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), foi cauteloso ao comentar a reportagem sobre Taniguchi. ""Cabe ao PFL de Curitiba prestar os devidos esclarecimentos sobre os fatos, que, acredito, serão satisfatórios e convincentes", limitou-se a dizer.
Depois de ler a reportagem, o senador não entrou no mérito das acusações nem defendeu o prefeito. Disse apenas que o diretório local do PFL deverá dar uma resposta esclarecendo tudo.



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