São Paulo, quarta-feira, 07 de novembro de 2001

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NO AR

É Show

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Enquanto seu candidato tucano não vem, FHC faz campanha sozinho.
Dias atrás, fez uma participação surreal no programa de Adriane Galisteu, É Show, com elogios à apresentadora.
Ontem foi a vez do Cidade Alerta. Luiz Datena, o apresentador, vestiu seu melhor terno escuro e foi até a biblioteca do Palácio da Alvorada. A entrevista foi gravada. No estúdio, ao vivo, Datena dizia:
- Ficou bonito, eu olhando o presidente...
Trechos da primeira pergunta:
- O presidente nos recebe muito gentilmente aqui na biblioteca, que tem obras importantíssimas, não só da literatura brasileira, mas da literatura mundial... Eu li outro dia uma referência ao senhor, num livro que tratava da violência no mundo... Quais as dificuldades que têm uma figura como o senhor, que acumulou muito conhecimento, em transferir isso para a prática?
Quem já assistiu sabe que Datena não é só esse blablablá. Ontem mesmo, questionou FHC sobre o plano de segurança que não sai do papel.
Mas na maior parte do tempo FHC ficou mesmo na conversa fiada, em auto-elogio:
- Quanto mais você estuda, quanto mais você vive, mais você vê que o mundo é complexo, não é preto no branco.

 

Sem candidato, a propaganda tucana nos intervalos não vende ninguém e tem que apelar para a contrapropaganda.
Era o que fazia ontem num comercial, contra o PT e outros, em que relatava maravilhas do programa Bolsa-Escola.
 

Do ministro da Educação, Paulo Renato, que acredita ser presidenciável, ao anunciar um aumento unilateral para os professores universitários:
- O governo está dando demonstração do apreço, da valorização que tem em relação aos professores.
E mais:
- Quero destacar o tratamento especial que os professores têm tido no governo do presidente Fernando Henrique.
 

Howard Kurtz, apresentador de um programa sobre mídia na CNN e colunista do "The Washington Post", sentenciou:
- Lembra quando as TVs disseram que não mostrariam as fitas de Bin Laden sem avaliar se eram notícia? O que elas queriam dizer é que não mostrariam de jeito nenhum. Por horrível que seja a mensagem de Bin Laden, é notícia. As redes têm medo de parecer impatriotas -fazendo do Al Jazeera um canal mais equilibrado do que a TV americana.


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