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São Paulo, sexta-feira, 07 de novembro de 2003

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PAINEL

Estiagem brava
O governo gastou apenas 4,98% dos recursos previstos no Orçamento de 2003 para o Fundo Nacional de Segurança Pública, programa destinado a aparelhar e treinar as polícias. São Paulo e Rio de Janeiro, Estados em que o problema da violência é agudo, nada receberam.

Lição de casa
O Ministério da Justiça atribui o gasto escasso à exigência de que os Estados se adequem ao Programa Nacional de Segurança Pública antes de obter as verbas. Além disso, por decisão do Ministério da Fazenda, quase um quarto dos recursos do fundo está contingenciado.

Pronto-socorro
O Rio passou longe dos recursos do Fundo Nacional de Segurança por estar inadimplente com a União, mas tem a perspectiva de receber R$ 40 milhões na semana que vem. A São Paulo o governo federal promete R$ 60 milhões ainda neste ano.

Não, obrigada
O ministro Márcio Thomaz Bastos (Justiça) voltou a conversar ontem, por telefone, com Geraldo Alckmin. De novo, o governador tucano não viu necessidade de acionar a PF contra os ataques à polícia paulista. Disse que a situação estará controlada até o início da semana.

No mesmo time
Walter Feldman, pré-candidato do PSDB à prefeitura paulistana, pediu ao secretário estadual da Segurança subsídios para fazer um pronunciamento na Câmara. "O sucesso do Saulo é o sucesso de todos nós." Ele nega torcer pelo tombo do secretário, outro aspirante à candidatura.

Carteira vazia
O governo já considera iniciar o ano sem recursos para investir. Com a oposição bloqueando as votações da Comissão de Orçamento, a proposta só deve ser analisada no ano que vem. Até lá, o Executivo federal poderá apenas pagar salários, dívidas e repasses de verbas aos Estados.

Ao pé do ouvido
Nos próximos dias, José Dirceu (Casa Civil) voltará a procurar para uma conversa senadores do PFL e do PSDB. O governo avalia ser impossível aprovar as reformas tributária e da Previdência sem o apoio da oposição. Dos 49 votos necessários, o Planalto calcula ter hoje 36.

Bestiário tucanês
Na entrevista em que anunciou o novo acordo com o FMI, Antonio Palocci comemorou o "sobre-resultado" das contas do país, traduzindo do inglês "overperformance". Como diria José Simão, o ministro da Fazenda tucanou o arrocho.

É grave a crise
Cartaz afixado na lanchonete da Polícia Federal: "Por motivo de não pagamento de contas, não vamos mais vender fiado".

Outras prioridades
Os ministros de Lula integrantes do grupo que investiga as mortes e desaparecimentos da guerrilha do Araguaia cabularam ontem reunião sobre o assunto na Comissão de Direitos Humanos da Câmara. A maioria nem justificou a ausência.

Raízes do futuro
No encontro que Lula terá hoje com Nelson Mandela, Luiz Alberto (PT-BA) convidará o ex-presidente sul-africano para o 1º Encontro de Parlamentares Negros da América Latina e Caribe, de 21 a 23 deste mês em Brasília.

Preço de ocasião
A Cetesb, agência ambiental paulista, entrou na Justiça para tentar impedir a venda de seu edifício-sede, que foi a leilão por causa de dívida trabalhista. O imóvel foi arrematado por R$ 10 milhões. Pode valer até o triplo.

Saúde de cama
A associação brasileira das clínicas de hemodiálise faz protesto hoje contra atraso de três meses no repasse do SUS. Reivindica aumento de 30%. O Ministério da Saúde nega o atraso e diz que estuda conceder o reajuste.

TIROTEIO

Do ex-secretário antidrogas Walter Maierovitch (gestão FHC), sobre José Dirceu (Casa Civil) ter defendido a indicação de um czar para essa área:
-É uma boa oportunidade para o PT consertar o erro dos tucanos, que transferiram a repressão para os militares.

CONTRAPONTO

Temperatura máxima

Foi tensa a sessão em que a Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou, anteontem, o relatório da reforma tributária. Insatisfeita com os rumos do debate, a oposição decidiu abandonar o plenário. Dessa forma, o governo conseguiu derrubar todas as emendas.
Nas entrevistas concedidas à saída da sessão, os mais inflamados eram os tucanos Arthur Virgílio, do Amazonas, e Tasso Jereissati, do Ceará.
-Este governo está se tornando uma monarquia. Não dá nenhum espaço para a oposição- reclamava Tasso.
Nesse momento, o líder do PT, Tião Viana (AC), saiu da comissão para abordar Tasso:
-O senhor não pode esquentar tanto. Tem que aliviar.
Vermelho, Tasso disparou:
-Sangue quente vocês vão ver é agora!
Na dúvida, Viana preferiu sair de perto e retornar à sessão.


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