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São Paulo, sexta-feira, 07 de novembro de 2003

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RESPONSABILIDADE FISCAL

Estados e municípios terão mais 16 meses para contratar crédito

Projeto que adia ajuste é aprovado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado aprovou ontem por unanimidade (44 votos) projeto de resolução que amplia o prazo para que Estados e municípios que estão acima dos limites de endividamento iniciem os ajustes em suas contas, em cumprimento à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Pela resolução, de 1º de janeiro de 2003 a 30 de abril de 2005 fica suspensa a obrigatoriedade de cumprimento dos limites de endividamento, previstos em resolução do próprio Senado, de 2001.
Com a ampliação do prazo, Estados e municípios que extrapolaram seus limites de endividamento terão mais 16 meses para contratar operações de crédito com organismos internacionais e com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Atualmente, eles estão proibidos de fazer novos empréstimos por terem ultrapassado os limites de endividamento.
Pela legislação atual, até 2016 as dívidas dos Estados devem equivaler a, no máximo, 200% da receita anual e a dos municípios, 120%. Os governos que hoje não estão enquadrados nesses parâmetros devem reduzir o endividamento em excesso.

Inflação
A justificativa para a extensão de prazo aprovada pelo Senado com aval do governo é que o aumento da inflação provocado pela disparada do dólar no ano passado levou a um crescimento inesperado das dívidas estaduais e municipais -cujo valor é corrigido pelo IGP, um índice muito afetado pelo câmbio.
Em 2002, o IGP subiu 26,4%, contra, por exemplo, 12,5% do IPCA, índice que serve de base para as metas de inflação seguidas pelo Banco Central. Em casos assim, a Lei de Responsabilidade Fiscal autoriza o Senado a conceder mais tempo para o cumprimento das metas de ajuste.
Segundo dados do Tesouro Nacional, oito Estados estão acima do limite de endividamento: Alagoas, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo -este, aliás, iniciou o pleito por novas regras para o ajuste fiscal.


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