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RUMO A 2006
Acordo foi selado com Tasso
Serra deve ser o novo presidente do PSDB
RAYMUNDO COSTA
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um almoço no gabinete do senador Tasso Jereissati (CE) selou
ontem a escolha do ex-senador
José Serra (SP) para presidir o
PSDB, em eleição marcada para o
próximo dia 21. Serra pretende levar os tucanos para a esquerda,
mas se comprometeu com os senadores do partido a aprofundar
as relações com o PFL.
"Em política, a gente tem de saber enterrar mágoas e olhar sempre para a frente", disse Tasso.
"O PFL não faz política olhando
o espelho retrovisor, mas também não posso desconhecer que
há ressentimentos no partido", sinalizou o líder pefelista no Senado, José Agripino (RN).
Serra disse que só dará entrevistas após a eleição. Ao se recusar a
comentar o acordo do governo do
PT com o FMI (Fundo Monetário
Internacional), um repórter questionou se ele estava "paz e amor".
O tucano respondeu: "Eu não estou paz e amor. Eu sou paz e
amor. Sempre fui".
O PFL rompeu com o governo
de Fernando Henrique Cardoso e
com a candidatura presidencial
de Serra em 2002, após uma operação desfechada pela Polícia Federal em uma empresa da então
governadora e hoje senadora Roseana Sarney (PFL-MA).
A sigla responsabilizou Serra
pela operação, que inviabilizou de
vez a eventual candidatura de Roseana à Presidência da República.
Na oposição, PSDB e PFL formaram parceria, sobretudo no
Senado. O temor dos tucanos é
que a eleição de José Serra possa
desestabilizar a aliança, que tem
sido considerada produtiva pelos
líderes das duas siglas. Serra se
comprometeu com os senadores
tucanos a trabalhar pela consolidação do bloco de oposição.
Serra já teve uma conversa com
o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), com o qual mantinha boas relações até o episódio
Roseana. Depois de eleito, o tucano deve procurá-lo para uma nova conversa.
Além de almoçar com Tasso e
com o senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG), Serra também conversou com o líder do PSDB no
Senado, Arthur Virgílio (AM), e
com deputados.
Ele já costura a composição da
Executiva Nacional a ser eleita no
dia 21. Por acordo com Tasso e
com o governador Aécio Neves
(MG), o primeiro vice-presidente
será Eduardo Azeredo.
"Oposição qualificada"
Segundo Tasso, na presidência
do PSDB, Serra promete fazer a
"oposição mais qualificada possível" ao governo Lula, "bem diferente da que o PT fez com a gente". Até obter o aval dos líderes tucanos, Serra teve de superar resistências. O próprio Tasso achava
que era hora de mudança de geração no comando tucano, linha
também defendida por Aécio.
O governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, condenou a manutenção do poder com o chamado "grupo paulista".
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