UOL

São Paulo, sexta-feira, 07 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

RUMO A 2006

Acordo foi selado com Tasso

Serra deve ser o novo presidente do PSDB

RAYMUNDO COSTA
RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um almoço no gabinete do senador Tasso Jereissati (CE) selou ontem a escolha do ex-senador José Serra (SP) para presidir o PSDB, em eleição marcada para o próximo dia 21. Serra pretende levar os tucanos para a esquerda, mas se comprometeu com os senadores do partido a aprofundar as relações com o PFL.
"Em política, a gente tem de saber enterrar mágoas e olhar sempre para a frente", disse Tasso.
"O PFL não faz política olhando o espelho retrovisor, mas também não posso desconhecer que há ressentimentos no partido", sinalizou o líder pefelista no Senado, José Agripino (RN).
Serra disse que só dará entrevistas após a eleição. Ao se recusar a comentar o acordo do governo do PT com o FMI (Fundo Monetário Internacional), um repórter questionou se ele estava "paz e amor". O tucano respondeu: "Eu não estou paz e amor. Eu sou paz e amor. Sempre fui".
O PFL rompeu com o governo de Fernando Henrique Cardoso e com a candidatura presidencial de Serra em 2002, após uma operação desfechada pela Polícia Federal em uma empresa da então governadora e hoje senadora Roseana Sarney (PFL-MA).
A sigla responsabilizou Serra pela operação, que inviabilizou de vez a eventual candidatura de Roseana à Presidência da República.
Na oposição, PSDB e PFL formaram parceria, sobretudo no Senado. O temor dos tucanos é que a eleição de José Serra possa desestabilizar a aliança, que tem sido considerada produtiva pelos líderes das duas siglas. Serra se comprometeu com os senadores tucanos a trabalhar pela consolidação do bloco de oposição.
Serra já teve uma conversa com o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), com o qual mantinha boas relações até o episódio Roseana. Depois de eleito, o tucano deve procurá-lo para uma nova conversa.
Além de almoçar com Tasso e com o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Serra também conversou com o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), e com deputados.
Ele já costura a composição da Executiva Nacional a ser eleita no dia 21. Por acordo com Tasso e com o governador Aécio Neves (MG), o primeiro vice-presidente será Eduardo Azeredo.

"Oposição qualificada"
Segundo Tasso, na presidência do PSDB, Serra promete fazer a "oposição mais qualificada possível" ao governo Lula, "bem diferente da que o PT fez com a gente". Até obter o aval dos líderes tucanos, Serra teve de superar resistências. O próprio Tasso achava que era hora de mudança de geração no comando tucano, linha também defendida por Aécio.
O governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, condenou a manutenção do poder com o chamado "grupo paulista".


Texto Anterior: Ceará: Polícia prende suspeitos de atentado
Próximo Texto: No ar - Nelson de Sá: O retorno de Serra
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.