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NO AR
O retorno de Serra
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
José Serra está de volta a
Brasília. Foi almoçar com
Tasso Jereissati, seu desafeto
histórico, e fechar a escolha para
presidente do PSDB.
Nada falou -ou, melhor, só
confirmou que não concorre a
prefeito de São Paulo. Ouviu
perguntas sobre o acordo com o
FMI e as verbas para a saúde,
mas não respondeu.
Garante que só fala no dia 20,
já como presidente dos tucanos.
Mas não é bem assim.
Falou por ele o próprio Tasso
Jereissati, anunciando uma
"oposição qualificada" do PSDB
presidido por Serra.
E falaram por ele empresários
que baixaram também ontem
em Brasília, para dialogar com
o governo petista.
Ecoando um questionamento
levantado por Serra anteontem,
no Rio, os empresários fizeram
"pressão para o dólar não cair",
segundo a Globo News.
Na expressão de Pedro Piva,
empresário que ocupou boa
parte do mandato de Serra no
Senado, "um câmbio palatável
seria R$ 3, R$ 3,05".
Segundo a cobertura, "para
Antonio Ermírio de Moraes o
dólar devia valer R$ 3".
O tema, que anteontem soou
extemporâneo, não era. Serra
não perdeu a sensibilidade.
A visita de Serra coincide com
uma radicalização do PSDB. O
mesmo Jereissati dizia ontem,
na Globo, sobre novas votações
no Congresso:
- O governo quer apenas que
façamos número para rejeitar
ou dar uma legitimidade ao seu
totalitarismo fisiológico.
No dizer da Globo:
- A partir de agora, o jeito de
atuar da oposição não será o
mesmo. Os líderes avisaram que
o governo terá problemas com
as reformas e até para aprovar o
Orçamento da União.
E o PT segue às voltas com seu
acordo com o FMI, anunciado
pelo sorriso largo do ministro
Antonio Palocci.
Lula, lá na África, preferiu
não falar do contraste entre as
suas palavras e as decisões de
Palocci. O ministro, de seu lado,
deu entrevista interminável ao
Bom Dia Brasil.
Achou por bem dizer que vai
"detalhar e discutir o acordo
com o presidente Lula, que é
sempre quem comanda".
Duas imagens expressivas dos
telejornais de ontem.
Na reunião com empresários,
a cabeceira ficou dividida entre
Palocci e o ministro José Dirceu,
com este último um pouco mais
ao centro, pouca coisa.
E, neste momento difícil para
os profissionais da Justiça, um
advogado achou que podia dar
de dedo na presidente da CPI da
Exploração Sexual. Foi preso.
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