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São Paulo, sexta-feira, 07 de novembro de 2003

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NO AR

O retorno de Serra

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

José Serra está de volta a Brasília. Foi almoçar com Tasso Jereissati, seu desafeto histórico, e fechar a escolha para presidente do PSDB.
Nada falou -ou, melhor, só confirmou que não concorre a prefeito de São Paulo. Ouviu perguntas sobre o acordo com o FMI e as verbas para a saúde, mas não respondeu.
Garante que só fala no dia 20, já como presidente dos tucanos. Mas não é bem assim.
Falou por ele o próprio Tasso Jereissati, anunciando uma "oposição qualificada" do PSDB presidido por Serra.
E falaram por ele empresários que baixaram também ontem em Brasília, para dialogar com o governo petista.
Ecoando um questionamento levantado por Serra anteontem, no Rio, os empresários fizeram "pressão para o dólar não cair", segundo a Globo News.
Na expressão de Pedro Piva, empresário que ocupou boa parte do mandato de Serra no Senado, "um câmbio palatável seria R$ 3, R$ 3,05".
Segundo a cobertura, "para Antonio Ermírio de Moraes o dólar devia valer R$ 3".
O tema, que anteontem soou extemporâneo, não era. Serra não perdeu a sensibilidade.
 
A visita de Serra coincide com uma radicalização do PSDB. O mesmo Jereissati dizia ontem, na Globo, sobre novas votações no Congresso:
- O governo quer apenas que façamos número para rejeitar ou dar uma legitimidade ao seu totalitarismo fisiológico.
No dizer da Globo:
- A partir de agora, o jeito de atuar da oposição não será o mesmo. Os líderes avisaram que o governo terá problemas com as reformas e até para aprovar o Orçamento da União.
 
E o PT segue às voltas com seu acordo com o FMI, anunciado pelo sorriso largo do ministro Antonio Palocci.
Lula, lá na África, preferiu não falar do contraste entre as suas palavras e as decisões de Palocci. O ministro, de seu lado, deu entrevista interminável ao Bom Dia Brasil.
Achou por bem dizer que vai "detalhar e discutir o acordo com o presidente Lula, que é sempre quem comanda".
 
Duas imagens expressivas dos telejornais de ontem.
Na reunião com empresários, a cabeceira ficou dividida entre Palocci e o ministro José Dirceu, com este último um pouco mais ao centro, pouca coisa.
E, neste momento difícil para os profissionais da Justiça, um advogado achou que podia dar de dedo na presidente da CPI da Exploração Sexual. Foi preso.


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