São Paulo, terça-feira, 07 de novembro de 2006

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Painel

@ - Renata Lo Prete

Plano pefelê

O PFL cerca o PMDB com a proposta de que os dois partidos fechem acordo para respeitar o resultado das urnas. Assim, José Agripino (RN) ficaria no comando do Senado, e um deputado peemedebista ocuparia a presidência da outra Casa. "O governo não quer diálogo com a oposição?", pergunta o líder pefelista na Câmara, Rodrigo Maia (RJ). "Agripino tem experiência, já foi governador. E, como presidente de um Poder, será diferente do que é como líder da oposição."
Falta combinar com Renan Calheiros (PMDB-AL), que, para permanecer à frente do Senado, quer fazer prevalecer a regra segundo a qual o presidente deve pertencer à maior bancada no dia da posse do novo Congresso. Até lá, ele espera já ter desidratado o PFL.

Sem ambiente. Com o recrudescimento da disputa pelo comando das Casas do Congresso, tanto PMDB quanto PFL recuaram na disposição de apoiar Aldo Rebelo (SP). Os dois partidos alegam hoje que, por não ter cumprido a cláusula de barreira, o PC do B não pode ocupar o posto.

Em aberto. Hélio Costa (Comunicações) e Silas Rondeau (Minas e Energia) que se cuidem. Suas pastas viraram curingas nos arranjos internos do PMDB. Roseana Sarney, dizem os caciques, poderia ir para qualquer uma dessas vagas, desde que haja espaço, também, para um integrante da bancada na Câmara.

Menos, menos. Aliados de Guido Mantega temem que os rasgados elogios de Paulo Skaf diminuam as chances de permanência do ministro da Fazenda no segundo mandato, dado o teor dos comentários ouvidos no Planalto sobre o presidente da Fiesp.

Vem cá. Lula falou ontem pela primeira vez depois de reeleito com Evo Morales, além de outros chefes de Estado e de governo. Acertou com o colega boliviano participar da reunião da CASA (Comunidade Sul-Americana de Nações), no início de dezembro, em Cochabamba.

Parto. Lula voltou a discutir com assessores data e formato da entrevista coletiva que prometeu conceder uma vez reeleito. Pode acontecer ainda nesta semana, mas é mais provável que seja na próxima.

Torniquete 1. O Ministério da Saúde enviou comunicado de alerta a todas as secretarias estaduais: o país enfrentará desabastecimento de derivados do sangue, utilizados para tratamento de hemofílicos e transfusões.

Torniquete 2. Um dos motivos apresentados pelo governo federal é a alta do consumo de hemoderivados pelos soldados americanos no Iraque. Os EUA são o principal produtor do mundo.

No divã. Presença rara em reuniões regionais do PSDB, FHC avisou que vai ao encontro do diretório paulista marcado para a próxima segunda. Será o primeiro depois da campanha presidencial, na qual o governo do ex-presidente foi defendido de forma para lá de tímida pelo partido.

Deixa pra lá. Silvio Torres (SP), que ensaiava entrar na disputa pela liderança da bancada do PSDB na Câmara, desistiu da empreitada. O deputado eleito não encontrou respaldo à sua candidatura nem mesmo em Geraldo Alckmin, a quem é ligado.

Rebelião. Lideranças do PP do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Rio articulam a realização de uma convenção nacional em dezembro para tentar mudar o comando do partido, atualmente nas mãos de lideranças envolvidas com o mensalão.

Martelo. O juiz Gustavo Santini Teodoro, da 23ª Vara Cível de São Paulo, julga amanhã ação em que cinco integrantes da família Telles, ativistas do PC do B na guerrilha do Araguaia, pedem que o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra seja considerado "torturador".

Tiroteio

"Se Lula continuar sem uma agenda de desenvolvimento para negociar com as lideranças dos partidos, é muito provável que venha aí o mensalão 2."


Do deputado eleito JOSÉ ANÍBAL (PSDB-SP) sobre o fato de o presidente ter de negociar a formação de sua base de apoio no Congresso com líderes de legendas financiadas pelo valerioduto.

Contraponto

Mãozinha

No início dos anos 90, quando encerrava sua primeira passagem pela Prefeitura de Monteiro Lobato, no interior de São Paulo, João Bueno da Silva (PMDB) foi procurado por secretários municipais que queriam homenageá-lo.
-O senhor é um grande líder na cidade e ainda por cima fez seu sucessor. Por isso, vamos encomendar um busto para que sempre seja lembrado pela população- anunciou, todo animado, um dos secretários.
O prefeito agradeceu e voltou para o gabinete. Minutos depois, chamou um auxiliar e perguntou:
-Se eu contribuir com mais um dinheiro, será que eles mandam fazer uma estátua de corpo inteiro?


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