São Paulo, Terça-feira, 07 de Dezembro de 1999


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CRIME ORGANIZADO
Relator diz que decisão do STF não provocará interrupção dos trabalhos, como prometido
CPI recua e não vai suspender sessões

Sérgio Lima - 5.nov.99/Folha Imagem
Moroni Torgan, relator da CPI do Narcotráfico, que afirmou que comissão continuará a trabalhar


da Reportagem Local


O relator da CPI do Narcotráfico, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), disse que a comissão vai prosseguir os trabalhos, independentemente da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a possibilidade de advogados defenderem seus clientes nas sessões.
Na última terça-feira, o ministro Celso de Mello concedeu liminar ao advogado Carlos Araújo, para que ele pudesse defender seu cliente, um policial de Campinas (99 km de São Paulo), inclusive em sessões fechadas. Em protesto, os deputados da CPI haviam ameaçado suspender as sessões.
Após participar de reunião no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo na manhã de ontem, Torgan afirmou que o STF deveria se pronunciar à tarde sobre o caso, o que não ocorreu até o fechamento desta edição. "Com base nisso, decidiremos se vamos recorrer ou acatar a determinação", afirmou.
O deputado federal afirmou que os trabalhos da comissão vão prosseguir normalmente nesta semana, até o recesso parlamentar, que começa no dia 15.
Até sexta-feira, a CPI promete fazer investigações em Belém -para apurar eventual conexão de pessoas daquela cidade com o crime organizado do Suriname- , em Alagoas -sobre denúncias de cargas e sobre o narcotráfico- , em Minas Gerais -para investigar quadrilhas que agem em São Paulo e no Rio de Janeiro-, no Espírito Santo e no Rio.
Torgan disse que é impossível acreditar que a CPI será capaz de acabar com o crime organizado no Brasil, apesar de ainda faltarem cinco meses para o fim dos trabalhos. "Precisaremos de alguns anos; nós vamos apenas iniciar o trabalho e as instituições devem se organizar para dar continuidade", afirmou.
O deputado lamentou a inércia das autoridades governamentais para a apuração do narcotráfico no país. "O Brasil é o segundo país que mais consome drogas no mundo e ficamos deitados em berço esplêndido."
Segundo o relator, nos dois meses de recesso a CPI do Narcotráfico não fará sessões públicas, mas vai analisar os documentos apreendidos que ainda não puderam ser vistos, por falta de pessoal. Ele espera receber um reforço de pessoal técnico antes do final da semana que vem. O relator disse que o recesso é positivo para as investigações porque serve para que a CPI possa planejar sua atuação até o encerramento das atividades, previsto para ocorrer em maio. (ROBERTO COSSO)


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