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Investigação chega a mais dois Estados
LUÍS INDRIUNAS
da Agência Folha, em Belém
Deputados da CPI do Narcotráfico chegam hoje ao Pará para investigar denúncias de que atuam
no Estado duas das maiores quadrilhas de venda de drogas para a
Europa.
Segundo o superintendente da
Polícia Federal, Geraldo Araújo,
os dois grupos vinham utilizando
o sul do Pará como base para o
envio de cocaína ao exterior.
Os deputados devem ouvir o
empresário Leonardo Dias Mendonça, preso no dia 21 de novembro em Goiás, e o piloto Elvis Moreira Rocha, detido no dia 26 de
outubro com 846 kg de cocaína.
Para a deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA), os depoimentos
poderão elucidar o envolvimento
de empresários e políticos no tráfico no Estado. "O Pará, por sua
posição geográfica, é uma importante área do narcotráfico, e outras pessoas poderão estar envolvidas", disse o delegado.
Mendonça é apontado pela PF
como sendo o responsável por 2,4
toneladas de cocaína aprendidas
nos últimos dois anos em vários
Estados brasileiros (Maranhão,
Mato Grosso, Roraima, Pará, Espírito Santo e São Paulo).
Também foram apreendidas 24
aeronaves pertencentes ao grupo.
O relatório da PF lista mais de 30
nomes de pessoas envolvidas.
Pelo menos quatro prefeituras
do sul do Pará contrataram empresas de construção civil de Moreira. A quadrilha também usaria
a fazenda Belauto (em São Felix
do Xingu), pertencente a Moreira,
como pista clandestina. No local
seriam abastecidas as aeronaves
que seguiriam para a Europa.
Segundo a PF, pelo menos 21
pessoas (17 presas) integrariam a
quadrilha, que atuaria no tráfico
de armas do Suriname para a Colômbia e de drogas para a Europa.
Outro Estado que recebe a da
CPI do Narcotráfico hoje é Minas
Gerais. Quatro deputados, incluindo o presidente da comissão,
Magno Malta (PTB-ES), se reúnem pela manhã com o superintendente regional da PF, Roberto
Scalise, e o juiz da Vara da Tóxicos do Fórum de Belo Horizonte,
Eli Lucas de Mendonça. Ele está
sendo mantido sob proteção policial depois de receber várias
ameaças de morte.
Colaborou Carlos Henrique Santiago, da
Agência Folha, em Belo Horizonte
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