São Paulo, Terça-feira, 07 de Dezembro de 1999


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Investigação chega a mais dois Estados

LUÍS INDRIUNAS
da Agência Folha, em Belém

Deputados da CPI do Narcotráfico chegam hoje ao Pará para investigar denúncias de que atuam no Estado duas das maiores quadrilhas de venda de drogas para a Europa.
Segundo o superintendente da Polícia Federal, Geraldo Araújo, os dois grupos vinham utilizando o sul do Pará como base para o envio de cocaína ao exterior.
Os deputados devem ouvir o empresário Leonardo Dias Mendonça, preso no dia 21 de novembro em Goiás, e o piloto Elvis Moreira Rocha, detido no dia 26 de outubro com 846 kg de cocaína.
Para a deputada Elcione Barbalho (PMDB-PA), os depoimentos poderão elucidar o envolvimento de empresários e políticos no tráfico no Estado. "O Pará, por sua posição geográfica, é uma importante área do narcotráfico, e outras pessoas poderão estar envolvidas", disse o delegado.
Mendonça é apontado pela PF como sendo o responsável por 2,4 toneladas de cocaína aprendidas nos últimos dois anos em vários Estados brasileiros (Maranhão, Mato Grosso, Roraima, Pará, Espírito Santo e São Paulo).
Também foram apreendidas 24 aeronaves pertencentes ao grupo. O relatório da PF lista mais de 30 nomes de pessoas envolvidas.
Pelo menos quatro prefeituras do sul do Pará contrataram empresas de construção civil de Moreira. A quadrilha também usaria a fazenda Belauto (em São Felix do Xingu), pertencente a Moreira, como pista clandestina. No local seriam abastecidas as aeronaves que seguiriam para a Europa.
Segundo a PF, pelo menos 21 pessoas (17 presas) integrariam a quadrilha, que atuaria no tráfico de armas do Suriname para a Colômbia e de drogas para a Europa.
Outro Estado que recebe a da CPI do Narcotráfico hoje é Minas Gerais. Quatro deputados, incluindo o presidente da comissão, Magno Malta (PTB-ES), se reúnem pela manhã com o superintendente regional da PF, Roberto Scalise, e o juiz da Vara da Tóxicos do Fórum de Belo Horizonte, Eli Lucas de Mendonça. Ele está sendo mantido sob proteção policial depois de receber várias ameaças de morte.


Colaborou Carlos Henrique Santiago, da Agência Folha, em Belo Horizonte

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